Sagres em OFF
Rubens Salomão

Caiado rejeita vaidade e personalismo, após insatisfação do PSD e ausência de Lissauer

O governador Ronaldo Caiado (UB) usou o discurso durante a transferência simbólica da Capital para a Cidade de Goiás para condenar indiretamente as insatisfações na base aliada em relação à disputa por vaga ao Senado. O primeiro evento de transferência depois de dois anos de pandemia foi marcada pela ausência do presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira (PSD), que sequer enviou representante.

A atitude foi entendida como claro recado do pré-candidato por conta da insatisfação gerada depois da definição de Caiado de que não será possível unificar os partidos em candidatura única ao Senado. Diante da reação, Caiado rejeitou a “vaidade” na política. “Com aquilo que nós aprendemos, pisando na vaidade todos os dias pela manhã. Pisando na vaidade todo dia pela manhã e se ajoelhando e pedindo a Deus para que a gente tome as melhores soluções”, discursou.

“Goiás hoje foi reconhecido nacionalmente como o estado mais bem gerido do País, com aprovação de mais de 64% pela população do estado de Goiás”, disse o governador, relacionando a unidade da base ao sucesso administrativo. “Algumas observações que acho que são extremamente válidas. Primeiro, governar o estado não é um ato de personalismo. Não é um ato de poder achar que deve apostar apenas nas suas decisões. Governar é muito mais amplo do que isso”, definiu.

Comando

Em entrevista coletiva, o governador disse que a decisão sobre ficar ou não base aliada será tomada pelo presidente do PSD, Vilmar Rocha, e que acredita na convergência entre os partidos.

Chapa caiadista

Caiado fez questão de lembrar que atuou, até o início de abril, para montar junto com Vilmar, uma chapa competitiva para o PSD na disputa por cadeiras na Alego e na Câmara Federal. Para isso, “desidratou” a chapa do próprio União Brasil. “Vilmar jamais me cobraria uma candidatura única ao Senado”, afirmou o governador.

Afunilou

A base governista passou a ter quatro pré-candidatos ao Senado, com a desistência ontem do senador Luiz do Carmo (PSC), que não será mais candidato à reeleição. A aliados, Luiz aponta que precisa se dedicar a negócios e problemas de saúde na família.

Lista

Com a saída, a base passa a ter a disputa entre Delegado Waldir e Zacharias Calil (ambos do UB), além de Alexandre Baldy (PP) e Lissauer Vieira.

Bolsonarista

Luiz do Carmo garante que teve aval do governador sobre a eleição nacional. O senador e os quadros do PSC em Goiás terão liberdade para apoiar a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nome posto

Enquanto isso, o deputado federal Zacharias Calil reforçou a pré-candidatura ao Senado pela base do governador. Em vídeo publicado nas redes sociais, ele cita ações realizadas durante o primeiro mandato na Câmara dos Deputados e diz estar pronto para a disputa após conversar com apoiadores. Ele reconhece, porém, que é preciso convencer o partido.

Mantido!

“Quero compartilhar aqui que coloquei meu nome à disposição do partido para disputar uma vaga ao Senado. A efetivação da candidatura não depende só de mim. Tomei essa decisão após muita conversa com apoiadores e por entender que como senador posso fazer muito mais pela saúde dos goianos”, disse na postagem.

Conversas

O pré-candidato a governador Marconi Perillo (PSDB) afirmou que “conversa de vez em quando” com o governadoriável do PT, Wolmir Amado, mas negou que tenha feito convite para ele ser seu vice e mencionou que há resistências tanto de tucanos quanto de petistas.

Especulações

“Professor Wolmir Amado foi reitor da PUC Goiás durante mais de 20 anos. Aliás, foi um excelente gestor. Durante todo o tempo em que eu fui governador e ele reitor, tivemos sempre uma relação muito cordial. Ele é uma pessoa boa, competente e séria. Ele já me visitou no escritório. Eu já o visitei. A gente conversa de vez em quando. Nossos filhos são amigos. Mas não há nada de concreto. São meras especulações”, disse, em entrevista ao O Popular.

Decisão

Marconi tem na agenda desta terça-feira (26) reunião com a executiva nacional do PSDB, que pode ser decisiva nas definições sobre aliança e, consequentemente, na candidatura ao governo ou a deputado federal.

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