A Medida Provisória da privatização da Eletrobrás, que volta hoje à Câmara dos Deputados, após aprovação com alterações no Senado, em uma votação marcada para às 15h. O prazo final para a MP caducar vence nesta terça-feira (22).

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Em menos de 24 horas, o relator, senador Marcos Rogério, do Democratas, apresentou três versões do projeto. O governo espera arrecadar R$ 60 bilhões com a privatização. Texto inclui exigência de contratação de termelétricas movidas a gás natural no Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste.

Em entrevista à Sagres, o Especialista em Mercados de Energia e Planejamento Energético, Guilherme Dantas destacou que “é uma medida bastante polêmica e o Congresso a tornou ainda mais polêmica com os chamados jabutis”.

Confira a íntegra da entrevista:

Para ele, “a privatização em si da Eletrobras que eu acho muito pertinente e até desejável. Pela lógica do setor elétrico não vejo maiores necessidades de existir a Eletrobras enquanto uma empresa pública. Como está sendo privatizado? Isto já é bastante discutível. Dado que você tem toda uma pauta hoje de deliberalizar o setor elétrico inclusive em nível residencial e incitar a concorrência. Porém, está se vendendo a Eletrobras de forma integrada e isso é bastante questionável. Acredito que se é para vencer a Eletrobras, deveria se fatiar a empresa e vender as subsidiárias de forma separada. Mas até aí é uma questão de preferência, seria apenas um modelo ruim de privatização”, avaliou.

Guilherme Dantas ainda ressaltou que a maneira com que a privatização está sendo realizada é “muito assustadora”.

“O que o problema foi que os parlamentares fizeram com a medida provisória da privatização da Eletrobras que é uma coisa que deixou o setor elétrico praticamente pavoroso. Porque o preço de venda da Eletrobras, com o perdão do trocadilho, é colocar a zona completa no setor. É uma coisa bastante assustadora o que está sendo feito, o governo dito como liberal encaminhou a medida e a medida que hoje está sendo implementada e vai virar lei é uma coisa típica da União Soviética”, declarou.