O presidente regional do MDB, Daniel Vilela, disse em entrevista à Sagres, nesta segunda-feira (21), que a executiva regional vai se reunir hoje para decidir o que fazer com a convenção regional para eleição de novo diretório realizada no sábado e que foi suspensa por decisão do desembargador Itamar de Lima atendendo pedido do deputado estadual Paulo Cezar Martins, que buscava na Justiça o registro de sua chapa, que foi indeferida pela executiva regional. “Nosso jurídico vai avaliar o que devemos fazer”, disse o presidente Daniel Vilela.

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O deputado Paulo César Martins alega que sua chapa tem o objetivo de garantir que o MDB lance candidato próprio a governador em 2022, para garantir a formação de chapas competitivas para deputado estadual e federal. Segundo ele, Daniel Vilela, que é candidato à reeleição, acertou com o ex-prefeito Iris Rezende, uma aliança do partido com o DEM para reeleição do governador Ronaldo Caiado. Daniel, entretanto, nega que essa aliança esteja decidida. O presidente regional do MDB afirmou à Sagres que essa aliança dependerá do desempenho do governo de Caiado e de sua percepção pela população goiana.

“A gente não consegue enxergar ainda um governo com uma marca, um governo que possa apresentar aos goianos uma folha vasta de serviços ao longo desses dois anos e meio. É bem verdade que há uma crise fiscal e uma pandemia que, com certeza, traz dificuldades para qualquer gestão”, detalhou Daniel.

O político ainda afirmou que a partir de agora, com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determina a entrada de Goiás no Regime de Recuperação Fiscal (RRF), o governo perde uma de suas justificativas e que já é possível começar a realizar. “Há uma expectativa da população para poder definir adequadamente esse mandato, esses quatro anos em relação ao governo atual”.

Sobre o RRF, Daniel disse que inicialmente era contra a proposta, mas que o modo como o STF determinou a entrada de Goiás, com “todas as beneficies” foi uma “decisão de pai para filho”. “A gente imagina que, do ponto de vista fiscal, está solucionado e que o Estado hoje tem capacidade para financiar investimentos e para oferecer serviços de qualidade”.

Daniel voltou a afirmar que o partido precisa escutar todas as lideranças a respeito do apoio a reeleição de Ronaldo Caiado, que tem boa relação com o ex-prefeito Iris Rezende, mas que isso só será feito a partir do início do ano que vem. “Essa é uma decisão que precisa ser construída com consenso. Não há como construir uma aliança sem a vontade da maioria do partido”.

Questionado sobre uma frase, dita por Iris Rezende, de que o “MDB é um partido grande e um partido grande não pode ficar sem lançamento de candidato a governador”, Daniel declarou que essa é, de fato, uma fala com fundamentação e que mesmo as derrotas em eleições passadas ajudaram o partido a crescer. Porém, o presidente do MDB fez uma ressalva: “É óbvio que a política tem mudado muito”.

Com a aposentadoria de Iris Rezende e a morte de Maguito Vilela, o MDB perdeu duas de suas principais lideranças em Goiás, o que, segundo Daniel, faz muita falta dento do processo eleitoral. Mas, mesmo assim, o político considera que nos últimos anos, a sigla se fortaleceu, principalmente, na região Entorno do Distrito Federal.

“O partido está mais organizado, mais presente em todo o Estado. […] Então a gente tem feito avaliações e tem conversado para entender um pouco melhor o cenário. Acho que isso é fator decisivo para gente ter uma condição de competir ou não até o ano que vem”.