A pandemia da Covid-19 aprofundou as desigualdades na sociedade, e quem mais sofre acaba sendo a população das comunidades ou em situação de vulnerabilidade econômica e social. Uma campanha que enfrenta esse cenário desigual é a Maré diz não ao coronavírus, que realiza várias frentes em 16 favelas da Maré, como explica a pesquisadora, educadora e coordenadora na Redes de Desenvolvimento da Maré, Pâmela Carvalho.

Distribuição de cestas básicas, kits de higiene. Outra frente é comunicação com carros de som, cards, boletins para informar sobre os cuidados, as situações que a gente vive e que são delicadas como falta de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) nos espaços de saúde aqui do entorno e da Maré, distribuição de álcool em gel, refeições para a população em situação de rua, geração de renda para mulheres da Maré e aristas, produtos, comunicadores. Enfim, são várias frentes de trabalho que fazem parte desse guarda-chuva que a gente chama de campanha Maré diz não ao coronavírus”, enumera, em entrevista ao Tom Maior da SagresTV.

Cerca de 100 voluntários realizam o trabalho de distribuição do itens em toda a região nas frentes da campanha, e que atende a mais de 140 mil moradores. O complexo de favelas da Maré é plano e possui apenas um morro, que é o do Timbau.

O conjunto de favelas da Maré fica em um lugar estratégico dentro da cidade do Rio de Janeiro, perto de algumas vias expressas como Linha Vermelha e Avenida Brasil. Então é muito difícil que você se desloque dentro do Rio de Janeiro sem passar pela Maré”, esclarece Pâmela. “A gente sente muito a falta de investimento do poder público na área de saúde e educação”, acrescenta.

Segundo o Painel de Atualização de Coronavírus nas Favelas do Rio de Janeiro do Voz das Comunidades, são 795 casos confirmados de coronavírus nas comunidades e 199 mortes, e 460 estão recuperados.

A Maré é a segunda favela mais afetada pela pandemia com 23 mortes e 137 casos confirmados, ficando atrás apenas da Rocinha, com 51 e 151 registros respectivamente.