Após a abertura do governo estadual para a liberação dos jogos de futebol em Goiás, a Federação Goiana de Futebol (FGF) destacou a intenção em terminar o Campeonato Goiano de 2020 em campo. Após o novo decreto do governador Ronaldo Caiado, André Luiz Pitta, presidente da entidade responsável pelo futebol goiano, reafirmou sua posição de finalizar a competição no calendário desta temporada. Se o Goiás não se opôs, Atlético Goianiense e Vila Nova tiveram outra opinião.

Para Evandro Gomes, “não dá para emendar tantas competições ao mesmo tempo. Tivemos duas Copas do Mundo canceladas, em 1942 e 1946, na Segunda Guerra Mundial, em que aproximadamente 70 milhões de pessoas morreram. Mas estamos em uma guerra contra um vírus mortal, e já são quase 600 mil mortos no mundo todo, então é preciso ter esse cuidado. Não é um ano sem Campeonato Goiano que jogará por terra tudo o que foi feito até aqui, então o campeonato de 2020 deveria ser definitivamente esquecido”.

Já Cleber Ferreira ponderou que “Henry Ford, um dos precursores da administração moderna, disse que a maioria não pode ser sempre quantitativa, deve ser também qualitativa. Colocar o Campeonato Goiano para ser disputado concomitantemente com a fase de decisão do Campeonato Brasileiro prejudicará a melhor qualidade do futebol goiano, que são os nossos representantes do Campeonato Brasileiro – Vila, na Série C, Atlético e Goiás, na Série A”.

“Só que essas três equipes juntas seriam apenas três das 12 que disputam o Campeonato Goiano. O Goiás já disse que votará com a federação, como sempre fez, e ficam apenas Atlético e Vila Nova. Ou seja, dois votos contra, provavelmente, dez a favor. A federação precisa dos votos dos clubes para eleger sua diretoria e levará em consideração a quantidade. Por isso, mesmo sendo contra, penso que o Goiano será disputado junto com a fase final do Brasileiro a partir do mês de dezembro, o que é uma pena”, completou.

Por sua vez, Charlie Pereira afirmou que “o ideal seria terminar agora, antes do Campeonato Brasileiro. Infelizmente, isso não tem como acontecer e os motivos são vários – só nesta semana ficaram liberados os jogos no estado de Goiás. Então, janeiro e fevereiro é o período menos ruim, mas, infelizmente, Goiás, Atlético e Vila não terão condições de se dedicarem exclusivamente à reta final do Goianão. É um preço a ser pago, porque não existe outro momento no calendário para o fechamento do campeonato”.

José Carlos Lopes também segue essa linha, porém ressaltou que “faltou articulação, porque se tivesse um movimento dos clubes com a federação os governos municipais e estaduais teriam sido sensibilizados. Fora dessa data, só vejo fevereiro para as duas rodadas da primeira fase. Depois, quartas, semifinais e finais do Goiano deveriam ser realizadas assim que encerrarem a participação dos goianos (no Brasileirão). Fora disso, não vejo nenhuma solução. Aliás, qualquer solução encontrada não será a melhor”.