As projeções indicam que cerca de 5 bilhões de pessoas podem viver em terras áridas até o fim do século. Em 2020, ano da última análise, 2,3 bilhões de pessoas já viviam nessas condições. Mas a nova projeção da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD) chega com maior clareza e ameaça existencial.

O relatório “A ameaça global da seca das terras: tendências regionais e globais de aridez e projeções futuras” é uma das divulgações da 16ª Conferência da ONU sobre Desertificação, em Riade, na Arábia Saudita. O encontro que ocorre desde o dia 2 de dezembro termina nesta sexta-feira (13) e reúne especialistas que debatem a gestão sustentável da terra.

Segundo a ONU, é a primeira vez que a crise da aridez foi documentada como no relatório. Então, o documento apontou uma ameaça real para bilhões de pessoas em todo o mundo. 

Relatório sobre desertificação (Imagem: Unccd/ONU)

Outro ponto destacado no relatório é a causa do aumento da aridez, que segundo a entidade é resultado das mudanças climáticas causadas pelas atividades humanas no uso da terra e na indústria por causa das atividades que emitem gases que agravam o efeito estufa. A aridez é então o resultado final das mudanças na precipitação, evaporação e na vida vegetal.

Conferência sobre desertificação 

De acordo com as informações destacadas no site oficial da Conferência sobre Desertificação houve um aumento de 29% das secas desde 2000. A seca é o primeiro sintoma de uma possível aridez, pois o cenário começa com a remoção da vegetação.  

“As secas terminam. Quando o clima de uma área se torna mais seco, no entanto, a capacidade de retornar às condições anteriores é perdida. Os climas mais secos que agora afetam vastas terras ao redor do globo não retornarão a como eram e essa mudança está redefinindo a vida na Terra”, analisou Ibrahim Thiaw, Secretário Executivo da UNCCD.

O saldo do problema da desertificação inclui 100 milhões de hectares degradados a cada ano, com a estimativa de chegar a 6 bilhões de hectares degradados sem ação de restauração até 2050. A degradação da terra e as secas já afetam a vida de 3,2 bilhões de pessoas no mundo e o custo anual para reverter o quadro do solo está orçado em 11 trilhões de dólares.

*Com informações do G1

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 13 – Ação Contra a Mudança Global Climática.

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