Nas aulas de educação física, a professora Alice Batista sempre busca por modalidades esportivas que sejam inclusivas. Desta vez, foi de vôlei sentado, esporte paralímpico que parece o vôlei tradicional, mas adaptado para pessoas com deficiência ou com dificuldades de locomoção.

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“Eu procuro sempre adaptar algumas atividades para que todos possam participar da aula e que possam ser protagonistas daquela atividade. O vôlei, por exemplo, ele jogam sentados e todos os alunos podem participar de forma plural e integrada àquele momento”, relata a professora. Para ela, educação e cidadania, são a base para um sociedade inclusiva.

“Nós somos todos iguais nas diferenças. Promover a inclusão, é realizar a extensão da sociedade para a escola, trazer o aluno, os pais e a instituições para que eles possam participar da nossa realidade. É preparar o aluno para que ele seja um cidadão democrático.

Foi a primeira vez que a turma jogou toda reunida. Uma forma de inclusão, mas também de conhecer o esporte praticado pelo colega de sala, o Marcos Paulo. Marcos tem 17 anos e tem hidrocefalia. Ele já precisou fazer onze cirurgias e tem uma prótese na perna. Mesmo assim, o esporte faz parte de sua vida desde a infância.

Marcos Paulo tem hidrocefalia e é atleta de volêi sentado.

“Desde criança minha mãe já me colocou na natação e, a partir daí, foi só evoluindo e agora estou no vôlei. Depois da minha mãe, meus maiores incentivadores foram os professores. Foi um deles que me viu nadando e me convidou para a equipe de vôlei, onde estou desde então”, conta o estudante.

Amizade

Das quadras, vamos para as piscinas. A Gabrielly Vitória de 13 anos nasceu com paralisia cerebral. Foi na natação que ela encontrou uma forma de melhorar sua mobilidade, mas acabou aprendendo muito mais.

Fora das piscinas Gabrielly e Dielly são grandes amigas.

“A Gabrielly de antes era muito teimosa, não queria fazer esportes. Agora, mês sinto muito melhor, vou para vários lugares competir, conheço pessoas, o que tem sido muito bom na minha vida”, afirma a jovem.

A professora Gabrielly é a Dielly Araújo, que há onze anos dá aulas de natação, sendo dois para a Gabrielly. Para ela, trabalhar com o paradesporto é uma forma de desenvolver a cidadania e promover a inclusão das pessoas na sociedade. E a relação delas vai além de professor-aluno. Elas também são grandes amigas.

“A Gabi é uma criança que chegou aqui muito nova, e de cara eu percebi que ela não estava muito inclusa na sociedade. Então, o esporte trouxe a Gabi de volta, a fez melhorar na escola, a se socializar mais. Hoje ela é muito maior como pessoa do que em 2019”, conta a professora.

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