O  Programa Estadual de Controle da Tuberculose da Secretaria de Estado da Saúde (SES) levantou dados sobre o aumento de casos de tuberculose entre o público infantil em Goiás. O levantamento apontou um aumento de casos entre as crianças de 0 a 10 anos, mas principalmente na faixa etária dos menores de 4 anos. A SES associou o aumento de casos da doença com a baixa cobertura vacinal.

O Estado registrou aumento significativo da doença, com quatro casos em crianças menores de 4 anos em 2020 e 14 em 2022. A secretaria informou que 2023 já tem seis casos registrados até julho. Então, a associação do aumento de casos com a cobertura vacinal deve-se ao motivo da faixa etária de 0 a 4 anos estar dentro da cobertura da vacina BCG. 

A vacina BCG é o imunizante que protege as crianças contra as formas graves da tuberculose. Porém, a cobertura vacinal caiu nos últimos anos no estado. Em 2018, por exemplo, a cobertura goiana contra a doença era de 93,6%, mas o número caiu para 79,6% em 2022. A meta está abaixo do índice de 90% indicado pelo Ministério da Saúde. 

Tuberculose

O coordenador do Programa Estadual de Controle da Tuberculose em Goiás, Emílio Alves Miranda, destacou que pode haver subnotificação nos dados por causa do período da pandemia de Covid-19. O profissional da saúde argumentou que crianças estão desprotegidas e associou o aumento entre o público infantil à contaminação de adultos.

“A criança tem baixo poder infeccioso, então ela não agrega na cadeia de transmissão. Geralmente, tem um adulto por trás dessa criança, que não foi diagnosticado, não está em tratamento e está transmitindo a tuberculose”, contou.

Miranda reforçou que a forma mais eficaz de prevenção contra a tuberculose é a vacina. A doença é infectocontagiosa, afeta os pulmões e tem difícil diagnóstico. A tuberculose é causada por uma bactéria (bacilo de Koch) e é diagnosticada por sintomas como perda de peso, tosse por mais de três semanas, febre e sudorese entre o fim do dia e o período da noite. 

No caso das crianças, Miranda apontou a necessidade de observar o sono prolongado, perda de apetite, tosse e agitação. “O diagnóstico da tuberculose em crianças é bem complexo, porque se pensa em várias outras patologias antes de pensar em tuberculose, o que também é uma preocupação”, disse.

Tratamento

A tuberculose é uma doença infectocontagiosa que tem tratamento por meio de antibióticos, por no mínimo seis meses. Então, no caso de um diagnóstico em uma casa, os demais membros da família precisam verificar se outro está também infectado.

“Hoje nós temos a possibilidade de identificar essas pessoas por meio de testes. A SES, por meio da Coordenação Estadual, capacita esses serviços de saúde dos municípios para que eles façam esse trabalho de identificar, tratar, acompanhar e de evitar novos adoecimentos por tuberculose”, garantiu Miranda.

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