Desde o início da temporada, o Vila Nova mudou bastante seu elenco. Já foram onze jogadores dispensados, nove deles durante o período de inatividade. Ao todo, saíram o goleiro Wallace, os laterais Crystian e Marquinho, os volantes Francesco, Liel e Adriel, o meia Celsinho e os atacantes Rafael Barbosa, Dimba, Mateus Criciúma e Kauê.

Para o retorno dos treinos, previsto inicialmente para o dia 8 de junho, o treinador Bolívar conta com 23 jogadores, entre eles os goleiros Fabrício, Cleriston e Heitor, os zagueiros Danrlei, Adalberto, Brunão e Luizão e os laterais Ramón Coronel e Mário Henrique.

No meio-campo, o elenco colorado tem Pedro Bambu, Lucas Jacaré, Éder, Pablo, Alan Mineiro, Emanuel Biancucchi, João Pedro e Rui, além dos atacantes Lucas Silva, Gilsinho, Talles, Anderson, Nando e Richard Salinas.

Durante o programa Hora do Esporte, da Sagres 730, os comentaristas Charlie Pereira, Evandro Gomes, José Carlos Lopes e Tim debateram sobre o Atlético Goianiense ajudar o Vila Nova com empréstimo de jogadores, possibilidade admitida por Adson Batista.

José Carlos Lopes ressaltou que “temos que ter muito cuidado com isso, para tentar ajudar o Vila e não atrapalhar. Tem que ver a composição do salário: o Atlético vai ajudar a pagar o salário? Porque penso que todos no Atlético ganham mais do que os que ganham no Vila Nova, pode ter uma ou outra exceção. O Atlético vai compor ou pagar os salários?”.

De qualquer forma, o comentarista reforçou que entre todos os setores do elenco colorado, “tirando o gol, todos servem para o Vila Nova, porque só tem o goleiro, dois zagueiros e um atacante, o resto precisa de tudo”. Já Tim reforçou que “o elenco do Atlético é muito qualificado e vejo que poucos jogadores têm condições de serem emprestados nesse momento”.

O goleiro Gustavo, que esteve emprestado pelo Atlético ao Grêmio Novorizontino no primeiro trimestre, “serviria para o Vila, mas tem que ver essa questão financeira, se o Atlético vai ajudar uma parte do salário ou não. Se for para o Vila assumir e ficar com três goleiros pagando o salário integral, fica muito complicado, porque o Gustavo seria um reserva do Fabrício e já tem o Cleriston”.

Em outro caso, “se o Atlético contratar um lateral-esquerdo para brigar pela titularidade com o Nicolas, o Moraes seria uma baita contratação para e serviria bem em uma posição carente nesse momento”. Já “na frente, entra na fala do Adson de que  ‘se for para ir treinar, que treine aqui’. Jogadores que sejam possíveis empréstimos, igual Edson Júnior e Riquelme, não vejo como titulares no Vila, seriam para compor elenco. O Vila deve buscar jogadores mais qualificados para jogar a Série C”.

Para Evandro Gomes, “todo mundo serve”, porém “jogador do Atlético, hoje, pensa dez vezes antes de deixar o Atlético para ir ao Vila Nova. Primeiro, o Atlético é Série A, e o Vila Nova, Série C. O ‘cara’ às vezes prefere ser reserva no Atlético, com uma boa condição de trabalho, do que ir para o Vila Nova disputar a Série C como titular, embora o Vila tenha também uma boa condição de trabalho”.

“Um jogador que poderia retornar, até pela idade que tem, e por ter sido um cara absolutamente decente depois que saiu do Vila Nova, é o Moacir. Ele nunca deixou de ressaltar o ambiente que teve dentro do Vila Nova, um clube bom de trabalhar e onde você tem um relacionamento muito bom. Agora, o que ele ganha e o que Vila dá conta de pagar é uma história diferente”, ressaltou.

Destaque no Vila Nova em 2018, o volante Moacir trocou o clube do estádio Onésio Brasileiro Alvarenga pelo Atlético em 2019, onde foi titular na última temporada, com 46 partidas disputadas. Pelo clube de Campinas, além do título do Campeonato Goiano, conquistou o acesso para a Série A do Campeonato Brasileiro. Contudo, sofreu problema no tornozelo e retornou a jogar somente em março deste ano.

Questionado se a parceria entre Atlético e Vila Nova poderia realmente vingar, Charlie Pereira acredita que sim, porque “os dois clubes mantêm na esfera diretiva uma boa relação, e isso ficou bem evidenciado nessa luta dos clubes para o retorno do futebol. O Adson é um dirigente que sabemos da capacidade dele para montar bons times e conhecer bons jogadores e ele é muito atento ao mercado”.

Para o comentarista, “se tenho uma pessoa próxima de mim, que pode me dar esse tipo de conselho, vou abrir mão só porque ele é rival? Em campo, os times vão brigar sempre, cada um querendo ganhar do outro, mas hoje, no Campeonato Brasileiro, o Atlético é Série A e o Vila está na Série C. O Adson tem capacidade de sobra para ajudar e o Vila precisa de ajuda. 40% dos jogadores que contratou, ele dispensou”.

Charlie afirmou ainda que “o Goiás tem muitos jogadores que serviriam para o Vila em uma Série C”. Se existe o risco deles rejeitarem, “da mesma forma muita gente do Atlético não vai querer. É uma barreira que tem que ser quebrada e estamos em um momento de adaptação. Hoje, o mercado está muito mais difícil do que no início do ano para o jogador arrumar um time em uma condição em que terá sequência de jogos”.

Contudo, “é uma visão utópica imaginar esse grau de maturidade das duas partes. Do clube que tem o jogador que poderia emprestar, e do clube que precisa do jogador, mas de repente não vai aceitar a ajuda porque é do rival”.

Cléber Ferreira, por sua vez, vê “com muito bons olhos a possibilidade de Atlético e Goiás emprestarem jogadores para o Vila Nova disputar a Série C”. Os jogadores sem espaço nos rivais “poderão ajudar muito o Vila Nova. Inclusive, tanto Atlético quanto Goiás poderiam arcar com partes dos salários, porque o Vila será uma vitrine para manter os jogadores em atividade, e o Vila ganha com isso por ter reforços ao seu time. Está aí um negócio que é bom para todo mundo”.

Confira na íntegra o debate dos comentaristas da Sagres 730 sobre o assunto