Terminada a primeira rodada da fase quartas-de-final do Campeonato Goiano e a arbitragem, mais uma vez, é pauta para torcedores, dirigentes, jogadores, técnicos e imprensa. Desta vez, muita polêmica nas partidas: Vila Nova 2×0 CRAC, Goiânia 1×1 Goianésia e Aparecidense 1×3 Goiás.

Por isso, o presidente da Comissão de Arbitragem do Estado, coronel Júlio César Motta comentou jogo por jogo em entrevista à Sagres 730 durante o programa Hora do Esporte.

Lance polêmico no jogo Vila Nova x CRAC (Foto: Reprodução FGF)

VILA NOVA X CRAC

A partida que aconteceu no Estádio Olímpico na tarde do último sábado (23) foi alvo de muita reclamação de jogadores, dirigentes e, principalmente, do técnico Ney da Matta. A grande reclamação é em relação ao gol anulado de Michael Paulista, já no segundo tempo da partida.

“Eu estava, inclusive, no estádio. Após analisarmos o lance, entendemos que houve um erro de arbitragem na anulação do gol do CRAC. Até em conversa com o assistente, nós falamos que na hora de marcar o impedimento, ele faz uma fotografia do lance. O assistente usa muito a visão periférica porque ele tem que olhar o passe e a linha do penúltimo defensor. Como esse lance foi rápido, agudo e o jogador que faz o passe está caído, imagino que ele desfocou um pouco pensando numa possível falta no atleta do CRAC que deu o passe. Inicialmente, ele achou que o defensor do Vila havia dado a assistência, mas ele comunicou com o árbitro pelo rádio e foi comunicado que o toque veio do jogador do time do interior. No vídeo que nós vimos, o Wesley Matos dá condição para os dois atletas do CRAC, então o assistente errou”, explicou Motta.

O coronel reiterou também que Wilton Sampaio, árbitro da partida, não pode ser penalizado neste lance, já que a linha de impedimento é responsabilidade do assistente Adaílton Fernando.

“O árbitro fica refém da regra 11, que é a do impedimento, da informação do assistente. É o assistente que fica na linha do impedimento e o árbitro, em raríssimas vezes, fica nessa linha. Nesse caso, o erro foi do assistente número dois que anulou um gol legítimo do CRAC”.

Ele ainda explicou qual procedimento será adotado com o assistente dois desta partida. “Nós damos a mão à palmatória, vamos trazer o Adaílton Fernando, que é um bom assistente, do quadro nacional. Vamos analisar, ver porque ele errou e fazer um treinamento específico com ele para que esses erros não aconteçam novamente. Isso traz um desgaste para arbitragem, um prejuízo para o clube e é muito ruim para o futebol”. 

GOIÂNIA X GOIANÉSIA

Também no Estádio Olímpico, mas no domingo (24), Goiânia e Goianésia também protagonizaram uma partida polêmica. O Azulão do Vale vencia por 1 a 0, quando o árbitro Elmo Resende assinalou dois pênaltis a favor do Galo. O primeiro, desperdiçado por Alisson Taddei e o segundo, convertido pelo goleiro Márcio.

“Eu não vi o primeiro lance, mas foi uma situação unânime da crônica e até dirigentes do próprio Goianésia. No segundo lance, o vídeo está muito longe e não dá para ver com exatidão. Nós teremos uma reunião para discutir esse lance e se a gente entender que o árbitro errou, que pese a qualidade excelente do Elmo, um árbitro muito valorizado nacionalmente, nós não podemos esconder os erros, mesmo nos constrangendo, por respeito às equipes”, analisou Júlio César Motta. 

APARECIDENSE X GOIÁS

Foi em Aparecida de Goiânia que tivemos mais reclamações neste final de semana. O primeiro lance polêmico foi em relação a um gol marcado por Michael, ainda no primeiro tempo, anulado por impedimento.

“Eu estava vendo esse jogo pela televisão, eles pararam o lance e eu até acho que a linha que eles fizeram, o lance foi parado um pouco antes do momento do passe. Depois eu tive um pouco mais de paciência e tempo para adiantar o lance e, na minha concepção, o pé do jogador Michael está um pouco na frente do defensor da Aparecidense que está em cima, na direita. Para mim um impedimento muito difícil, um lance que consideramos ajustável, mas acho que por questão de milímetros ele acertou”, disse o coronel.

A outra reclamação surgiu por parte de dirigentes da Aparecidense quanto a marcação de uma penalidade assinalada nos minutos inciais do primeiro tempo em cima do atacante do Goiás.

“Primeira coisa que temos que responder: houve o toque do zagueiro na bola? Não! Segundo: houve o toque no Michael por parte do defensor? Houve o toque do zagueiro no braço do Michael. Terceiro: a intensidade do toque foi para o pênalti? Bom, aí é algo difícil de dizer. O Bruno que era o árbitro que estava lá entendeu que sim. É discutível, mas houve o toque no jogador e não houve na bola. Eu marcaria pênalti”, explicou.

CAPITAL X INTERIOR

Júlio César Motta respondeu ainda reclamações vindas do interior do estado de que apenas os times da capital são beneficiados pela arbitragem.

“Primeiro eu acho que houve algumas coincidências, mas não pode colocar isso como uma verdade. Penso que os erros acontecem, mas eles são incolores. Creditar cores à esses erros, vejo que tem paixão no meio”, afirmou o presidente da comissão de arbitragem.