As mulheres estão conquistando cada vez mais espaço no mercado de trabalho, elas representam metade da população do mundo e, com isso, uma grande parte do que é produzido também, inclusive, na área do conhecimento.

Mas de acordo com um artigo da Organização das Nações Unidas (ONU), apesar disso, os homens são maioria nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

Nas universidades, as mulheres representam 35% dos alunos matriculados nesses campos. Esse percentual é menor nas engenharias e na tecnologia, não chegando a 28% do total.

Como as pessoas costuma associar a imagem masculina a figura de cientistas, fizemos uma lista de brasileiras que apesar das dificuldades tem grandes feitos na ciência.

Elisa Frota Pessoa (1921-2018)

A primeira mulher que você precisa conhecer é Elisa Frota Pessoa. Elisa foi uma das pioneiras na ciência no país e ajudou a fundar o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. O interessante é que ela teve que enfrentar o pai para seguir seus sonhos. É isso mesmo, já que ele, assim como muitas outras pessoas da época, via o casamento como único futuro possível para as mulheres.

Mas a Elisa acreditava no poder da educação, e com isso, se tornou a segunda mulher a se formar em física no Brasil, em 1942. Elisa também foi peça fundamental para a mulher ter mais espaço na ciência no Brasil e hoje é uma grande influência para as meninas que desejam ter a ciência como carreira.

Bertha Lutz (1894-1976)

Outra mulher que fez história na cientista e a bióloga especializada em anfíbios, Bertha Lutz. Ela foi a segunda mulher a fazer parte do serviço público do Brasil, que na época era um cargo ocupado apenas por homens. Bertha se tornou pesquisadora do Museu Nacional do Rio de Janeiro em 1919.

A cientista e bióloga era feminista e defendia os direitos das mulheres. Bertha faz parte da delegação brasileira que participou da Conferência das Nações Unidas em São Francisco (EUA), em 1945. A reivindicação feita na conferência era em prol da inclusão de menções sobre igualdade de gênero na Carta das Nações Unidas.

Enedina Alves Marques (1913-1981)

Impossível não citar a primeira engenheira negra do Brasil, Enedina Alves Marques, formada em engenharia civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 1945.

A engenheira teve interesse em matemática desde crianças e sonhava em colocar em prática seus projetos. Por ser mulher e negra e trabalhar, constantemente, em um ambiente masculino, dizem que ela carregava uma arma na cintura e dava tiros para o alto para impor respeito. 

Lelia Gonzalez (1935-1994)

Na nossa lista de mulheres que você precisa conhecer tem também,Lelia Gonzalez, uma doutora em antropologia que foi pioneira nas ciências sociais, no que se refere aos estudos sobre cultura negra no país. Leliaajudou a fundar o Instituto de Pesquisas das Culturas Negras do Rio de Janeiro.

A Associação Brasileira de Ciência Política lançou, em 2020, o prêmio Lélia Gonzalez de Manuscritos Científicos, sobre Raça e Política com o objetivo de incentivar a conclusão de trabalhos de pesquisadoras e pesquisadores pretas e pardas.

Sonja Ashauer (1923-1948)

Sonja foi como excelente estudante e se tornou a primeira mulher brasileira a concluir o doutorado em física, pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Ashauer fez o curso na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, em 1942, foi uma das primeiras brasileiras a se formar em física. Uma curiosidade é que ela se formou no mesmo ano de Elisa Frota Pessoa.

Pesquisou vários problemas relacionados à mecânica quântica e teve uma morte precoce, aos 25 anos, devido a uma gripe que evoluiu para uma pneumonia.

Mellanie Fontes-Dutra

A pandemia foi um fenômeno mundial que afetou a vida de todos nós e claro que precisamos destacar a Idealizadora da Rede Análise Covid-19, Mellanie. O grupo formado por profissionais de diversas áreas que divulgam informações científicas para o enfrentamento à Covid-19 em linguagem acessível. A jovem é mestre e doutora em neurociência, graduada em biomedicina pela UFRGS, e faz pós-doutorado em bioquímica, também pela universidade.

Vivian Miranda

Temos brasileira integrando um projeto com a Nasa para desenvolver um satélite. Vivian Mirandaé a única brasileira do projeto de 3,5 bilhões de dólares, que será lançado em 2025 com previsão de ficar cinco anos no espaço em um ponto localizado atrás da Lua, capturando imagens. A cientista é a primeira transexual a cursar pós-doutorado em astrofísica na Universidade do Arizona (EUA), onde também é pesquisadora.

Margareth Dalcolmo

Médica pneumologista, desde 2002 é professora adjunta da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A médica é estudiosa da tuberculose, é considerada uma das pioneiras na luta contra o tabagismo no Brasil. No período da pandemia da Covid-19, Margareth assumiu um lugar de destaque na imprensa, pela especialidade em doenças pulmonares e Covid-19.

Simone Maia Evaristo

A próxima mulher entre uma imensa lista que merecem notoriedade é Simone Maia Evaristo. Ela se formou em biologia pela Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro, e se especializou em Citologia Clínica pela UFRJ. Ela é presidente da Associação Nacional de Citotecnologia (Anacito) e supervisora na área de ensino técnico do Instituto Nacional do Câncer (INCA), lutando para dar mais visibilidade para papel do controle do câncer.

Márcia Barbosa

E para completar nossa lista a professora e pesquisadora do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é física e especialista em água. Márcia Barbosa é diretora da Academia Brasileira de Ciências e integrante da Academia Mundial de Ciências e em 2020, foi eleita pela Forbes uma das 20 mulheres mais poderosas do Brasil.

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