Sagres em OFF
Rubens Salomão

Congresso exclui silvicultura e florestas artificiais do rol de atividades poluidoras

A Câmara aprovou projeto que exclui a silvicultura, que é um processo artificial de reflorestamento, do rol de atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais. O texto vai agora à sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Se virar lei, atividades como plantio de florestas de pinus e eucaliptos, para extração de celulose, não precisarão mais de licenciamento ambiental e não estarão sujeitas ao pagamento da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental, ao Ibama.

O texto teve aprovação final na Câmara, por 309 votos favoráveis e 131 contrários. Parlamentares governistas votaram contra o projeto, mas a adesão foi insuficiente. Com conhecimento da derrota, o governo orientou pela liberação da bancada. Já a federação do PT, PV e PCdoB, além de PSB, PSol e Rede, recomendaram o voto contrário à matéria. A silvicultura é um método artificial de reflorestamento que, atualmente, consta na lista de atividades poluidoras inscritas na Política Nacional do Meio Ambiente.

Ao sair dessa lista, além de não precisar mais de licenciamento, a silvicultura não pagará mais a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA) ao Ibama. O texto teve aval no plenário em menos de uma hora e provocou críticas de deputados governistas. Eles argumentam que a atividade cria desertos, com a plantação de árvores exóticas, como pinus e eucalipto, e impedem a biodiversidade nessas áreas. Já parlamentares favoráveis ao projeto argumentam que a silvicultura é uma atividade agrícola sustentável e benéfica ao meio ambiente.

silvicultura florestas artificiais
Foto: Produção de eucalipto em área de silvicultura. (Crédito: Portal Mais Floresta/Divulgação)

Silvicultura

Autor da proposta, o então senador Álvaro Dias disse que o projeto busca retirar o rótulo “equivocado” de atividade poluidora da silvicultura, além de desburocratizar a atividade.

Contexto

Deputados contrários ao projeto criticaram a aprovação do texto em meio às enchentes no Rio Grande do Sul. Segundo eles, a proposta flexibiliza normas ambientais e contribui para a ocorrência de eventos climáticos extremos, como o observado no estado.

Potencial poluidor

“Esse projeto vem para a pauta não só com potencial poluidor, mas no momento da maior crise climática que o país vive. Não consigo conceber que a Câmara dos Deputados vote um projeto que trata de excluir a silvicultura. A plantação de eucaliptos e pinos de atividades potencialmente poluidoras”, afirmou a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS).

Argumentos

Entre os impactos citados pelos parlamentares estão o desmatamento, alteração nos ciclos hidrológicos, erosão do solo e perda da biodiversidade. O deputado Rodrigo de Castro (União-MG) defendeu a aprovação do projeto.

Alegação

“Apoiar a silvicultura é apoiar o uso racional de florestas. Hoje a silvicultura é praticada de maneira moderna, protege os mananciais, as imunidades de conservação, as área naturais e portanto uma cultura que não polui, mas contribui para o bem estar do meio ambiente”.

Leia mais da Sagres Em OFF:

*Este conteúdo segue os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 12 Consumo e Produção Responsáveis; ODS 13  Ação Global Contra a Mudanças Climática; e ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Fortes.

Mais Lidas:

Sagres Online
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.