O decreto da Prefeitura de Goiânia, com apoio do governo estadual, e que passou a valer na última segunda-feira (1º), e que estabelece o fechamento do comércio por sete dias com exceção das atividades consideradas essenciais preocupa o setor da construção civil. Os trabalhos estão parados por causa do risco de contaminação pela Covid-19. Risco que o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), Fernando Razuk, descarta.
“A gente espera sensibilizar as autoridades, porque os nossos dados comprovam que é seguro. A gente acredita que é mais seguro esses trabalhadores em nossas obras do que em casa, fazendo bico, porque não gera aglomeração. Nós temos um protocolo de segurança estabelecido”, afirma.
A Ademi-GO busca interlocução para que o setor tenha autorização de retomar as atividades no estado Segundo Razuk, Goiás é o único no país a não permitir os trabalhos na área de construção civil em razão da pandemia. Uma das preocupações é com o desemprego dos trabalhadores.
“O Brasil inteiro já entendeu que nas obras não gera contaminação, não é onde a doença se espalha. Socialmente, como nossos trabalhadores são de baixa renda, o impacto social de colocá-los em casa é maior do que o risco de contaminação deles na obra”, pontua.
Um levantamento da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), aponta que, dos 71 mil funcionários ativos no país, o número de recuperados é de 5.859 (8,2%); os casos suspeitos ativos são 319 (0,4%) e infectados ativos, 116 (0,2%). No momento, há um um caso de internação hospitalar e o número acumulado de óbitos é de 11 (0,01%).
Segundo a Ademi-GO, desde o início da pandemia, as medidas de prevenção contra a Covid-19 foram reforçadas. Entre elas estão o escalonamento de horário dos trabalhadores para evitar aglomeração na chegada e evitar deslocamentos nos horários de pico, além da aferição de temperatura dos colaboradores na chegada e ao longo da jornada diária do trabalho, disponibilização de álcool gel em diversos locais da obra e o uso de máscaras durante toda a permanência no canteiro de obras.
Para se ter uma ideia, as 245 empresas associadas ao Serviço Social da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Seconci-Goiás) possuem um total de 10.273 trabalhadores. Isso sem contabilizar os postos de trabalho gerados pelos demais empreendimentos, empregos indiretos e as famílias desses trabalhadores, que serão diretamente impactadas com o risco de desemprego caso essa quadro de suspensão dos serviços permaneça.
“É um alerta que fazemos ao poder público. Temos responsabilidade social e compromisso com a saúde pública. Manter esses colaboradores na ativa contribui para reduzir o risco de aglomerações e de contaminações, pois eles irão atrás de ‘bicos’ para sustentar suas famílias, além de se encontrar com amigos e familiares durante esse isolamento”, alerta Fernando Razuk.
A Ademi-GO anunciou que enviaria um ofício ao prefeito de Goiânia Rogério Cruz ressaltando a essencialidade das atividades da construção civil. Segundo Razuk, o documento deve ser entregue ainda nesta semana.