Continuando as entrevistas com as candidatas à reitoria da Universidade Federal de Goiás (UFG), nesta quinta-feira (13), a Sagres conversou com a professora Maria Clorinda Fioravanti, que encabeça a Chapa Movimenta UFG e atualmente exerce o cargo de diretora da Escola de Veterinária e Zootecnia da UFG. A votação será realizada nos próximos dias 8 e 9 de junho.

A candidata afirmou que a prioridade inquestionável da universidade precisa ser a permanência dos estudantes que entraram na universidade, dentro do sistema de ensino. A professora explicou que vários fatores, inclusive externos, causam a evasão escolar, mas declarou que é preciso, também, fazer um diagnóstico dentro da UFG para poder tomar ações.

“Onde o problema for o curso, precisamos de um currículo um pouco mais atraente. Talvez, no primeiro ano, levar disciplinas mais práticas, onde o estudante possa ver com mais rapidez o que é o curso dele do meio para o final, para que ele se encante mais cedo”.

Ouça a entrevista na íntegra:

Dentre os problemas extramuro da universidade, Maria Fioravanti relatou que a maioria dos casos de evasão ocorrem nos cursos de licenciatura, que permitem aos profissionais, após a conclusão do curso, dar aulas no ensino fundamental, médio e profissionalizante. “Estamos vivendo um reflexo do que a sociedade brasileira entende de importância. Ou seja, a profissão de professor não tem nenhum valor do ponto de vista do mercado de trabalho. Se você não tem uma carreira atrativa na docência, a universidade não consegue atrair pessoas”.

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Um outro ponto que precisa ser observado, segundo a professora, é quando uma mudança de curso é contada como evasão, sendo que o aluno ainda está dentro do sistema.

Maria Clorinda Fioravanti lamentou que a maior parte da produção de conhecimento no Brasil ocorre nas universidades e que, mesmo assim, as instituições tem sofrido com cortes no orçamento. “É uma situação que talvez a gente não tenha vivido na história recente desse país. Hoje nós temos o mesmo orçamento de 17 anos atrás, quando tínhamos a metade dos cursos e a metade dos estudantes”.

A importância da universidade para a sociedade foi um dos pontos cobrados pela professora, que declarou que a soberania de um país depende da capacidade autônoma da produção de conhecimento. “Uma universidade importante é aquela capaz de ser dinâmica, de se adequar as mudanças e, acima de tudo, uma universidade que consegue responder as demandas da sociedade e isso a UFG consegue fazer”.