Do uso da terra para a produção de alimentos a redução de emissões dos combustíveis fósseis, a agenda climática da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28) deve apresentar “soluções reais“ para a crise do clima no mundo. A afirmação é de Sandra Maria Lopes de Souza, mestre em Gestão Ambiental e professora do Centro Universitário Internacional (Uninter). Assim, segundo a professora, a COP 28 fará a primeira avaliação global sobre o Acordo de Paris firmado em 2015.

“Neste ano, serão discutidas soluções reais para a crise climática, em que todos nós precisamos desempenhar um papel nas negociações e na Agenda de Ação. A COP 28 será o espaço sobre o Primeiro Balanço Global do Acordo de Paris, propondo quatro mudanças de paradigmas”, disse.

Os quatro focos da conferência são a transição energética e redução das emissões. Além de definir um novo acordo de financiamento e tornar a COP mais inclusiva. Mas, ainda, colocar pessoas e natureza no centro das ações climáticas.

“Será necessário que os países se unam em prol da responsabilidade em mitigar as emissões para garantir que o planeta sobreviva a tantas ações antrópicas. Então, a COP 28 se mostra uma excelente oportunidade para repensar o uso de combustíveis fósseis, o uso do solo e a produção de alimentos”, argumentou a professora.

Acordo de Paris

O Acordo de Paris foi aprovado na 21ª Conferência do Clima realizada em Paris, em 2015, ao ser assinado por 195 países. Ele consiste em metas específicas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e promover o desenvolvimento sustentável. Então, por meio do Acordo de Paris surgiram as chamadas Pretendidas Contribuições Nacionalmente Determinadas (iNDC, na sigla em inglês). Assim, cada país determina quanto contribuirá para a redução das emissões.

O Congresso Nacional tornou o Acordo de Paris em um compromisso oficial para o governo brasileiro em 2016. Sendo assim, a sigla não tem mais o intuito de uma meta pretendida. Portanto, passou a ser a NDC.

Em setembro deste ano, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, anunciou que o país ampliou para 53% as metas de redução de emissão de gases de efeito estufa até 2030. A meta ambiciosa do governo brasileiro tem a proposta de diminuir as emissões de 37% para 48% até 2025 e de 50% para 53% nos próximos sete anos.

“Não podemos estagnar a evolução mundial, mas podemos agregar atitudes e soluções para a prática do desenvolvimento sustentável, que nada mais é que, utilizar os recursos sem comprometer as próximas gerações”, afirmou Sandra. 

COP 28

A COP 28 terá início na quinta-feira, 30 de novembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Ademais, a conferência vai reunir diplomatas, governos e a sociedade civil para discutir assuntos relacionados ao clima até o dia 12 de dezembro.

O texto está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima e o ODS 17 – Parcerias e meios de implementação.

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