A COP29, conferência climática global, divulgou o primeiro rascunho do documento final da cúpula, que está prevista para ser concluída nesta sexta-feira (22). No entanto, persistem divergências significativas entre países desenvolvidos e emergentes em relação à criação de um novo fundo para financiar a luta contra o aquecimento global.
O documento não apresenta um valor específico para o Novo Objetivo Coletivo Quantificado de Financiamento Climático (NCQG), que substituirá o fundo de US$ 100 bilhões anuais prometido, mas nunca efetivado. Em vez disso, propõe duas alternativas principais:
- Opção 1: Convida os países em desenvolvimento a doar voluntariamente, sem que essas contribuições sejam contabilizadas no novo objetivo. Essa abordagem reflete a posição de países como a China, que realiza ajuda bilateral, mas se recusa a ser oficialmente vinculada ao fundo por ainda ser considerada uma nação em desenvolvimento.
- Opção 2: Alinhada à visão dos países ricos, incluindo os da União Europeia, sugere metas na casa dos “trilhões de dólares por ano”, abrangendo todas as fontes de financiamento – públicas, privadas e multilaterais. No entanto, não exige explicitamente que nações emergentes como a China se tornem doadoras.
Ambas as propostas destacam a necessidade de cooperação global, mas o texto exige maior transparência na utilização dos recursos, algo que ainda gera resistência em diversos blocos.
Enquanto a União Europeia pede esforços para alcançar um consenso, países do G77+China criticaram duramente os países ricos por rejeitarem um objetivo anual de US$ 1,3 trilhão. “Os esforços climáticos não podem comprometer o desenvolvimento dos países”, afirmou Adonia Ayebare, representante de Uganda e do grupo.
Autoridades europeias, como o comissário de Energia Wopke Hoekstra, reconhecem que o desafio é imenso e que ainda há “muito trabalho a ser feito”. Já o ministro italiano do Meio Ambiente, Gilberto Pichetto, ressaltou a complexidade das negociações, destacando as posições polarizadas entre os blocos.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 13 – Ação Contra a Mudança Global do Clima
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