Nesse mês de março, Goiás chegou a marca de nove mil mortos pelo coronavírus, número que tem se tornado crescente no estado. Ontem, a taxa de ocupação de leitos em UTIs na capital, chegou a cem porcento, com quase dois mil novos casos confirmados nas últimas vinte quatro horas pelo vírus.

Nesta manhã (13), o programa Sinal Aberto, da Sagres 730 trouxe em discussão o andamento da covid-19 em pacientes com neoplasia. Os pacientes oncológicos, encontram-se em estado de vulnerabilidade.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostra que pacientes pertencentes a esse grupo, possui uma variação genética, podendo ter mais variantes do coronavírus, pois o vírus se multiplica e acelera seu processo comparado à outros pacientes, devido ao sistema imunológico frágil, sendo pela doença ou remédios.

Segundo uma pesquisa publicada no Journal of Clinical Oncology, apontou que a taxa de mortalidade chega a ser seis vezes maior para quem luta contra a neoplasia, reforçando a urgência da vacina para esses pacientes.

Em entrevista à Sagres 730, Cássia Miranda de Godoy, infectologista do Hospital do Câncer Araújo Jorge, que esta a frente do Setor de Controle de Infecção Hospitalar do HAJ, ressalta que estamos na pandemia e que a maioria dos dados sugere maior incidência de covid-19 em pacientes com câncer, comparado a população em geral, com o risco de progressão da doença, o aumento do número de casos e maior letalidade nestes pacientes.

“Vinte por cento de todos os óbitos da Itália, os pacientes tinham câncer. Isso é desafiador porque tem alguns estudos mostrando que mesmo dentro do câncer, tem riscos diferentes”, disse.

A doutora explicou que o câncer chamado hematológicos, que estão com a doença em atividade e o câncer de pulmão, pode ter um risco maior de se contaminar com a covid-19. A evolução do vírus é agravante nesse perfil de pacientes, pois se tiverem outro tipo de comorbidades como obesidade, idosos e diabéticos, esse fator é agravante para desenvolver o quadro.

“É preciso detectar ou selecionar pacientes que são elegíveis pra fazer a testagem, e a testagem ideal é a RT-PCR, aquela do cotonete” detalhou.

Os tipos de pacientes testados, são com queixa respiratória, expostos a pessoas confirmados com coronavírus, e estender isso como o Hospital do Câncer procede, com o exame pré operatório, para que haja garantia que o paciente não esta sendo submetido a um procedimento cirúrgico de risco, ou seja, são testados dois a três dias, antes da cirurgia. Pacientes que vão para a quimioterapia, passam por uma triagem do hospital, para garantir que estão em condições de se submeter a quimioterapia.

“É importante avaliar a gravidade dos sintomas nesses pacientes e decidir, tomar decisões difíceis, sobre atrasar o tratamento, às vezes a doença de base é tão grave, que vai ter que discutir, individualizar a discussão, se continua o tratamento ou suspende o tratamento temporariamente, e em que momento volta”, destacou.

O tratamento oncológico dos usuários do Inca, podem ficar sem atendimento do plano, comprometendo a continuidade do recurso, e devido a pandemia, pacientes oncológicos suspenderam o tratamento. A infectologista comenta a importância de manter os cuidados.

“Priorizar e garantir que os pacientes precisam continuar o tratamento do câncer, continuar o tratamento do câncer recebam a assistência, interromper isso a pacientes que tem a necessidade desse tratamento, seja cirúrgico, radioterapia, ou quimioterápico, é extremamente prejudicial a evolução do câncer”, garantiu.

A doutora Cássia Miranda, mencionou que pacientes com câncer no Reino Unido, possuem várias variantes, tudo indica que o fato do sistema imune, estar imune deprimido no paciente de câncer, deixa escapar o vírus e passa a produzir mais variantes. Portanto, o aumento da cepa, aumenta a transmissibilidade e sobrecarrega o sistema de saúde.

Ananda Leonel é estagiária do Sistema Sagres de Comunicação, em parceria com IPHAC e a Faculdade UniAraguaia, sob supervisão da jornalista Tandara Reis.