Prestes à estrear no campeonato estadual e com a Série D do Campeonato Brasileiro pela frente, o Goiânia vive dias conturbados e de muitas incertezas na Vila Olímpica. Desde que o então diretor de futebol Alexandre Godoi anunciou que deixaria o clube porque não trabalharia com o presidente Arione de Paula, a crise foi instaurada no Galo.

Em entrevista exclusiva à Sagres 730 na manhã desta quinta-feira (16), o meio-campista Miguel revelou que os jogadores estão passando dificuldades e até jogaram com fome na última quarta-feira (15) um amistoso contra o Taguatinga-DF quando a equipe alvinegra perdeu por 2 a 0. Os problemas começaram após a saída do principal patrocinador do clube, empresa de Alexandre Godoi.

(Foto: Wendell Pasquetto/Sagres On)

“Desde que a Aprovec saiu a gente está passando dificuldades aqui no clube. O Arione que é o presidente até agora não veio aqui falar conosco, não veio “dar a cara”. Ontem tivemos um amistoso e nós fomos para o jogo com fome porque tem três ou quatro dias que não comemos direito no clube, inclusive hoje não tem almoço e um funcionário do clube saiu para poder comprar uma mistura pra gente almoçar. Pela nossa sorte hoje é folga, se fosse treino nós treinaríamos com fome. É lamentável toda essa situação, até agora nada do nosso pagamento também e nós não podemos ficar passando necessidade aqui, a maioria é pai de família e a gente quer o mais rápido possível uma solução” revelou Miguel.

Com a saída de Alexandre Godoi, o presidente Arione de Paula iniciou as tratativas para uma parceira com uma empresa que deve gerir o futebol do clube e contratar novos atletas. Segundo o meia, um jogador desta parceira chegou à Vila Olímpica sem lugar até para dormir.

“Ontem, por exemplo, chegou um atleta do Arione com os supostos investidores dele, e ele não tinha onde ficar. Temos um áudio provando do empresário dele falando pra ele ficar lá no concentração dos juniores que está desativada e cheia de fezes de ratos. Um funcionário que foi demitido não deixou o menino lá, ligou para o empresário e ele disse para o jogador dormir no sofá. Hoje o empresário ligou de novo e disse que isso era normal, isso não é normal. Temos que pontuar isso também porque o que nós estamos vivendo aqui é desumano”, afirmou.

Quem também lamentou o ocorrido foi auxiliar técnico do Artur Neto, Henrique ex-zagueiro de Vasco, Goiás e Vila Nova.

“Realmente é uma situação muito complicada o que nossos atletas estão passando aqui. Só o Artur (Neto) teve uma conversa com o Arione e não foi mais contactado, e o presidente disse que daria todo o apoio, a empresa que está entrando daria suporte para o Goiânia. É lamentável ver essa situação, nossos atletas com dificuldades para se alimentarem isso não é normal, um jogador que chega sem conhecimento da comissão técnica atual porque não foi pedido por nós. Vão chegar mais sete e onde esses atletas vão dormir, onde vão se alimentar? O Arione não aparece, não atende ninguém. Se ele não quer os atletas que estão aqui, a comissão técnica atual, ele tem que vir e se pronunciar sobre o que está fazendo e poder pagar os atletas que estão aqui”.

O profissional também ressaltou que com todos esses problemas extracampo a pré-temporada do Galo fica comprometida, já que os atletas não estão tendo condições de permaneceram na Vila Olímpica.

“A preparação fica prejudicada, não tenha dúvida. Qual é o atleta que consegue desempenhar um futebol de alto rendimento com salário atrasado, com falta de alimentação e com esse impasse? Nós não temos nada a ver, mas isso influencia muito”, analisou Henrique.

Ouça na íntegra as entrevistas de Miguel e Henrique ao repórter Wendell Pasquetto:

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