Fundado no dia 6 de abril de 1943, o Goiás Esporte Clube completa nesta segunda-feira (6) 77 anos de história. Nascido do sonho de um grupo de amigos que idealizou o clube na rua embaixo de um poste de luz, o esmeraldino é hoje o grande representante do centro-oeste brasileiro no futebol.

Depois de ficar na sombra do rival Atlético nos seus primeiros anos de fundação, o alviverde se tornou o maior campeão goiano, a equipe do centro-oeste que mais vezes participou da Série A do Campeonato Brasileiro, além de ser o único time do estado a participar de uma Libertadores e chegar à final da Copa Sul-Americana e também da Copa do Brasil.

Goiás campeão da Série B em 2012 (Foto: divulgação/GEC)

História

Foi debaixo de um poste de luz na Rua 23 no Centro de Goiânia que nasceu o Goiás Esporte Clube, instituição com mais representatividade no centro-oeste brasileiro. Em uma reunião que aconteceria na casa dos irmãos Lino Barsi e Carlos Barsi, mas que logo foi “transferida” pra rua por conta do entusiasmo dos amigos, o Verdão deu seus primeiros passos.

A primeira partida da história foi contra o Atlético Goianiense, grande equipe da época. Sem recursos, o Goiás entrou em campo com uniformes verde e branco doados pelo América Mineiro. A situação só foi melhorar a partir de 1960, quando os dirigentes conseguiram recursos para adquirirem a área que hoje está localizado o Estádio Hailé Pinheiro.

Foi neste período de estruturação e dificuldade que surgiu o apelido de “Clube dos 33”, referência ao número de torcedores que acompanhava as partidas. Depois de se consolidar, o Goiás usou a situação para homenagear sua torcida e hoje possui uma marca própria intitulada “Green 33”.

Títulos

O primeiro título estadual do clube veio apenas 23 anos após a sua fundação, em 1966, tornando-se um adversário forte para os principais rivais Atlético e Goiânia. Na ocasião, o Goiás levantou a taça tendo perdido apenas uma partida, que foi para o Anápolis na estreia.

Cinco anos depois o início de uma década vitoriosa onde a equipe conquistou dois bicampeonatos estaduais em 1971-1972 e 1975-1976, e se tornou o primeiro goiano a participar do Campeonato Brasileiro que em 1973 recebia o nome de Taça Brasil.

A hegemonia estadual do alviverde começava a tomar forma na década de 80 com seis troféus e o início do primeiro tricampeonato (1981, 1983, 1986, 1987, 1989-1990-1991).

O Goiás Esporte Clube inicia a década de 90 com três conquistas seguidas do Campeonato Goiano e encerra com o pentacampeonato que marcou a história esmeraldina (1991, 1994, 1996-1997-1998,1999-2000), assim como também o primeiro título nacional: a Série B de 1999.

No início do século 21, os títulos estaduais de 2002, 2003, 2006 e 2009, além das três conquistas da Copa Centro-Oeste de 2000, 2001 e 2002. Na década seguinte mais seis troféus do Goianão sendo tetracampeão de 2015 à 2018. Além disso, o clube chegou ao segundo título da Série B do Brasileirão na temporada de 2012.

Campanhas de destaque

Mas não só os 28 títulos do Campeonato Goiano, as duas conquistas da Série B e o tricampeonato da Copa Centro-Oeste ilustram a história vitoriosa do esmeraldino. Em muitas oportunidades a equipe ganhou notoriedade nacional, participando inclusive de torneios internacionais.

O primeiro indício de que o Goiás já começava a ganhar relevância no cenário nacional foi em 1987 quando recebeu o convite do ‘Grupo dos 13’ para participar da Copa União. Dois anos depois consegue o décimo lugar no Brasileirão e chega à semifinal da Copa do Brasil.

Na temporada seguinte consegue ir além. Mesmo mantendo o décimo lugar no Brasileiro, chega à final da Copa do Brasil perdendo o título para o Flamengo. Em 1996, porém, faz sua melhor campanha nacional da época a ser eliminado pelo Grêmio –futuro campeão- na semifinal.

Foi em 2005 a melhor participação do Goiás na história do Campeonato Brasileiro. Depois de disputar o título simbólico do primeiro turno e se manter na parte de cima da tabela no returno, a equipe termina a competição em terceiro lugar e garante sua primeira participação na Copa Libertadores.

No ano seguinte, na sua estreia na Libertadores, foi líder do seu grupo e um dos melhores times na classificação geral do torneio, sendo eliminado pelo Estudiantes da Argentina nas oitavas-de-final.

Em 2010 a grande participação esmeraldina em campeonatos internacionais. Depois de eliminar times como Grêmio, Avaí e Palmeiras, o Verdão acabou derrotado na final para o Independiente. Depois de vencer em Goiânia por 2 a 0 e perder na Argentina por 3 a 1, a decisão foi para os pênaltis e os goianos ficaram com o vice-campeonato.

Três anos depois o Goiás brigou para voltar a disputar torneios sul-americanos brigando até as últimas rodadas do Brasileirão na parte de cima da tabela. No entanto, depois de uma derrota por 3 a 0 para o Santos no Serra Dourada, os esmeraldinos terminaram na sexta colocação. Naquele ano, foi eliminado pelo Flamengo na semifinal da Copa do Brasil.

Jogadores que marcaram

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Luvanor (Foto: Reprodução/Internet)

O primeiro jogador a se destacar com a camisa esmeraldino foi o atacante Tião Segurado, que defendeu o Goiás de 1954 a 1961 e foi o primeiro atleta do time a ser artilheiro do Campeonato Goiano, em 1956.

Na década seguinte, quando o clube conquistaria seu primeiro título estadual em 1966, destacaram-se os zagueiros Macalé e Japonês. Em 1973, quando se torna o primeiro time goiano a participar do Campeonato Brasileiro, tinha atletas importantes como Lucinho, Matinha, Tuíra, Paghetti e Lincoln. O “Leão da Serra”, como era chamado, foi o primeiro brasileiro a fazer gol no Estádio Serra Dourada e o primeiro jogador do Goiás a fazer gol no Campeonato Brasileiro. Foi artilheiro do Goianão em 1973, 1974 e 1976.

É a partir da década de 1980 que surge um dos principais nomes da história do clube esmeraldino. Revelado no Goiás, Luvanor foi o grande destaque na campanha do Campeonato Brasileiro onde o Goiás terminou em quinto lugar. As brilhantes atuações fizeram o camisa 10 ser negociado com o Catânia, da Itália, e com o dinheiro os goianos acabaram adquirindo a área onde hoje está localizado o CT do Parque Anhanguera.

Depois do período na Itália, Luvanor retornou ao Brasil e defendeu outras equipes do futebol nacional. Seu retorno ao Goiás foi em 1990, ajudando o time e chegar ao vice-campeonato da Copa do Brasil naquela temporada. Além de Luvanor, também se descaram nos anos 80 jogadores como Cacau, Carlos Alberto Santos, Wallace e Ramon.

A década vitoriosa que se iniciava em 1990 e contaria com um título da Série B e o início do pentacampeonato estadual marcou nomes como Eduardo, Richard, Wilson Goiano, Niltinho e Túlio Maravilha. Nos anos finais, destaque para Sílvio Criciúma, Marquinhos, Túlio, Josué, Marabá, Alex Dias, Fernandão, Dill, Aloísio e Araújo. O último é, inclusive, o principal artilheiro do Goiás na história com 158 gols marcados: 136 na sua primeira passagem de 1997 a 2003, mais 22 no se retorno em 2013.

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Araújo (Foto: Divulgação/GEC)

A partir do século 21, vários nomes participaram do protagonismo esmeraldino. Harlei, André Dias, Cléber Goiano, Rodrigo Tabata, Paulo Baier, Souza e Roni participaram da melhor campanha no Brasileiro em 2005. Vitor, Romerito, Jadílson, Roni e Wellinton foram os protagonistas na Libertadores de 2006.

Em seu vice-campeonato da Sul-Americana em 2010, nomes importantes como Rafael Tolói, Ernando, Thiago Mendes, Iarley e Rafael Moura. Dois anos depois, na conquista da Série B, o Goiás contou com alguns jogadores essenciais para o acesso: Egídio, Amaral, Ramon, Ricardo Goulart e Walter. Muitos desses se juntaram a David, Eduardo Sasha, Hugo e Renan Oliveira para contribuírem também no ano de 2013.

De lá para cá o Goiás teve atletas importantes como os atacante Erick e Michael, que acabaram se transferindo para Palmeiras e Flamengo, respectivamente. No atual elenco o grande xodó da torcida é o goleiro Tadeu, um dos principais nomes do time em 2019. Além dele o volante Leó Sena, cria da base esmeraldina, também é importante no meio-campo da equipe.

Treinadores

O Goiás Esporte Clube já foi casa de grandes treinadores. Um nome muito marcante para o time esmeraldino é Sebastião Lapola, técnico do vice-campeonato da Copa do Brasil de 1990. Além dele vale o destaque também para Carlos Gainete, Cuca, Felipão, Geninho, Paulo Gonçalves e Enderson Moreira.

Para muitos o grande técnico a comandar o Goiás Esporte Clube é Hélio dos Anjos. O profissional acumulou passagens pelo clube em momentos bem diferentes. Pelo time esmeraldino conquistou cinco títulos estaduais em 1999, 2000, 2009, 2015 e 2018, além de uma Copa Centro-Oeste em 2000 e a Série B do Campeonato Brasileiro de 1999.

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Hélio dos Anjos (Foto: Rosiron Rodrigues/GEC)

Atualidade

Eliminado na Copa Sul-Americana, o Goiás Esporte Clube chegou à essa paralisação do futebol brasileiro na terceira colocação do Campeonato Goiano. Iria disputar ainda uma vaga na quarta fase da Copa do Brasil com o Vasco após vencer o cruzmaltino no Rio de Janeiro na primeira partida.

O carro-chefe do Goiás no ano é o Brasileirão e por isso a diretoria trabalhava na reforma do Estádio Hailé Pinheiro para mandar ali as suas partidas. O local já estava em obras até as mesmas serem suspensas neste período de pandemia do coronavírus.

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*Pesquisas com a colaboração de Charlie Pereira*