A trajetória para chegar ao futebol profissional não é fácil. Sonho de milhares de crianças brasileiras, poucas realmente conseguem a oportunidade de alcançar o alto nível no esporte. Para Walter Messias Júnior, hoje conhecido como Junior Messias, tudo parecia perdido em 2011, quando, aos 20 anos, trocou o interior de Minas Gerais pelo norte da Itália para acompanhar o seu irmão após frustradas tentativas nas categorias de base.

Sem perspectivas para ingressar no futebol profissional, por quatro anos jogou de forma amadora em Turim enquanto trabalhava como entregador. A sua história começou a mudar em 2015, aos 25, depois de ter sido observado por Ezio Rossi, jogador do Torino nos anos 1980 e treinador do Casale. Encantado com o seu talento, o ex-companheiro de Júnior e Casagrande abriu as portas para o brasileiro.

Em apenas cinco anos, saiu da Eccellenza, a quinta divisão, à Serie A, a elite do futebol do belpaese. Depois do Casale, foi cobiçado por outros clubes do Piemonte, o Chieri e o Gozzano, subindo o escalão do futebol italiano até chegar no Crotone. Na Calábria, no sul do país, chamou a atenção ao ser protagonista na campanha de acesso do clube à primeira divisão com o seu talentoso pé esquerdo.

O atacante brasileiro Junior Messias ao lado dos diretores Paolo Maldini e Frederic Massara (Foto: Divulgação/AC Milan)

Em sua primeira temporada na elite, o atacante contribuiu com nove gols e quatro assistências em 36 partidas, além de muitos dribles: foi o jogador brasileiro com a maior média de dribles certos por jogo nas cinco principais ligas europeias. Especulado em clubes médios da Serie A, na última semana da janela de transferências italiana ganhou uma oportunidade ainda maior: jogar pelo Milan.

No clube de José Altafini, Amarildo, Angelo Sormani, Dino Sani, Serginho, Leonardo, Dida, Cafu, Kaká, Thiago Silva e entre outros, Junior Messias desafia a lógica com sua inesperada trajetória hoje aos 30 anos. Apresentado nesta sexta-feira (3) esbanjando um italiano perfeito depois de uma década no país, o mineiro não escondeu a satisfação e o orgulho de representar os rossoneri.

“Chegar em Milanello e encontrar logo de cara grandes jogadores e um grande treinador são emoções que talvez você não tenha muitas vezes na vida. Estar no Milan é o máximo que você pode desejar na vida: chegar aqui foi um motivo de orgulho e satisfação, porque fez valer todo o trabalho e sacrifício que tive no passado. Estou muito contente em jogar no Milan e vestir essa camisa que tem uma história impressionante”, destacou.

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