Em antecipado tom de balanço da gestão, restando ainda um ano de três meses para o fim deste mandato, o governador Ronaldo Caiado (DEM) testou no fim da última semana o discurso para a disputa pela reeleição em 2022, alternando entre críticas à administração passada e apresentação de ações do governo atual. Caiado mostrou foco na área social, mas também destacou a recuperação fiscal do estado e ações nos setores de Saúde, Segurança e Infraestrutura.
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“Eu fui o mais votado em 238 municípios e perdi em oito municípios. Um no entorno, um no médio-norte e seis no nordeste. A população nessa região sempre foi bem menor do que a região Sul, Sudeste, Centro e Entorno de Brasília. Caiado provavelmente não vai ter o olhar para o nordeste goiano. (…) Não é digno pensar nessa hora apenas em se governar voltando os olhos aonde tem o maior colégio eleitoral ou onde é mais fácil. Por isso, eu priorizei as regiões mais carentes do estado”, relatou o governador, em ensaio para os palanques. Bom lembrar que, além das ações nos municípios mais carentes, Caiado tem mantido, com cada vez frequência, agenda política com prefeitos e deputados nos maiores colégios eleitorais, o Sudoeste e o entorno do DF.
O governador ainda relembrou as dificuldades políticas no início da gestão, com rompimentos de partidos que não conseguiram emplacar indicações de secretários estaduais. “Tinha uma cultura de achar que o secretário tinha que ser de um ou de outro. Eu disse aos meus amigos: entendam o meu estilo. Eu não sou homem de fatiar governo. Governo tem que ter uma inteireza. (…) Governo tem de estar respondendo às nossas lideranças políticas, vereadores, deputados estaduais e federais, a população, com eficiência e com resultado”, disse.
Mesma tecla
Caiado retomou, de forma mais curta, as críticas à gestão tucana. “Quadro fiscal, como o quarto pior estado do País. Colapso completo, sem pagar folha de pagamento, sem crédito, com Capag nota D, sem condições de fazer empréstimo e com uma dívidas imediata de R$ 7,3 bilhões e uma dívida de longo prazo de R$ 20 bilhões. Mas nada disso me intimidou”.
Base maior
O governador, no início do discurso de lançamento do Projeto Gênesis, em Alto Paraíso de Goiás, ainda valorizou o trabalho dos deputados estaduais da base aliada. Depois de dificuldades ao longo dos dois primeiros anos de governo, Caiado citou que conta agora com 28 integrantes, das 41 cadeiras.
Luto
O governo de Goiás decretou luto por três dias em razão do falecimento do padre Jesus Flores — vítima da covid-19. O decreto foi assinado pelo governador Ronaldo Caiado.
Começou!
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal de Goiânia, Henrique Alves (MDB), define nesta segunda-feira (13) quem será o relator do projeto da prefeitura de novo Código Tributário Municipal.
Fake news
Depois de pedido da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), o governo federal enviou esclarecimentos sobre a MP editada por Jair Bolsonaro para regular a remoção de conteúdo pelas redes sociais e defende judicialmente os interesses do Planalto.
Explique
A ministra deu dois dias para que o governo se manifestasse em ações apresentadas por cinco partidos (PSB, Solidariedade, PSDB, PT e Novo) e pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). As ações afirmam que o dispositivo é inconstitucional por favorecer a circulação de notícias falsas e de discurso de ódio, além de avançar sobre a prerrogativa do Congresso Nacional para legislar sobre o tema e subverter o Marco Civil da Internet.
Alegação
O governo rebate os pontos levantados pelos partidos e defende a permanência da MP. De acordo com o Planalto, a medida foi pensada para proteger a liberdade e o direito dos usuários, assim como para trazer segurança jurídica às relações entre internautas e provedores, ‘preservando a internet como instrumento de participação democrática’.
Seleção
“Evitar que os provedores façam uma seleção dos conteúdos postados, afastando-se de qualquer possibilidade de censura e enaltecendo o Princípio da Liberdade de Expressão”, diz a AGU. “A livre iniciativa não afasta a regulação do Estado, que pode continuar exercendo suas atividades fiscalizadoras”, segue a pasta.