O governo Collor teve seu início em março de 1990. Em maio de 1992 estourou a denúncia que levaria ao fim da gestão. O impeachment de Collor teve como início, um escândalo de corrupção que estava diretamente ligado ao nome do, então, presidente.

Em 2016, um novo processo movimentou o país. O impeachment de Dilma Rousseff, caracterizou-se por polêmica e divergência de opiniões no parlamento e na sociedade. Entre Collor e Dilma, 24 anos se passaram e em 2022, completa-se 30 anos do impeachment de Fernando Collor.

Para falar sobre o assunto, a Sagres convidou a cientista política Ludmila Rosa, o doutor em ciências sociais pela UnB e professor da PUC Goiás Pedro Pietrafesa e o cientista político Frank Tavares.

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O impeachment do ex-presidente Fernando Collor aconteceu logo na saída do processo de redemocratização do país. A cientista política Ludmila Rosa, compara o processo de Collor com o da ex-presidente Dilma, 2016. A especialista explica que, no caso de Collor, houve crimes de improbidade documentados e conhecidos pela maior parte da população, diferente do processo de Dilma Rousseff.

“A presidenta Dilma diante de um teatro e espetacularização, uma base muito mais econômica talvez por parte dos grandes atores sociais, que dominam economia do país, que se viram ali no país, diante um momento difícil econômico do país, levaram essa agenda para dentro do congresso e tiveram respaldo jurídico de uma peça que não se comprovou, as tais pedaladas fiscais”, afirma Ludmila.

Após as cicatrizes de dois processos de impeachment, o doutor em ciências sociais pela UnB e professor da PUC Goiás, Pedro Pietrafesa, avalia que há um retrocesso na democracia brasileira.

“Hoje o próprio presidente, as eleições nem começaram e ja vem discutindo que o sistema eleitoral pra ele, questionando o sistema eleitoral, isso já vai corroendo, um ruído ruim para as eleições 2022”, ressalta Pedro.

Destituir um presidente eleito, demonstra um ato não democrático, segundo o cientista político Frank Tavares.

“Depois que você substitui legalmente o presidente eleito, suprindo os direitos constitucionais e fazem uma eleição que não obedecem as regras do jogo retirando da competição que ele ta em primeiro lugar por uma canetada de alguém que depois é tido como claramente suspeito, me desculpe, esse regime não é liberal democrático, esse regime não é representativo”, conclui Frank.

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