A Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad), apresentou nesta segunda-feira (18), uma proposta para liberar o turismo, como pesca, canoagem e até churrasco, nos Lagos da Barragem João Leite e do Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco.

O assunto foi debatido em audiência pública, realizada no Centro Cultural Oscar Niemeyer, para discutir os planos de uso público e de manejo do Parque Estadual do João Leite (PEJol) e do Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco (Peamp). Entretanto, ambientalistas foram contra a liberação.

Nesta sexta-feira (22), depois de manifestações contrárias, a Semad decidiu recuar e garantiu que o lago continuará com uso apenas para abastecimento humano na região metropolitana de Goiânia.

A secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás, Andrea Vulcanis, em entrevista à Sagres, disse que a proposta ainda está em fase de consulta pública, e que é muito importante que a população dê sua opinião.

“Todo o processo envolve uma ampla consulta pública e ainda estamos nesta fase, sendo muito importante que a população contribua, para chegarmos a um consenso sobre o uso do reservatório. Foi feito um levantamento de impactos ambientais e por isso estão previstas atividades como pedalinhos e canoagem, por exemplo, sem a permissão de nada motorizado”, explicou Andreia.

Para debater sobre a liberação de lazer no reservatório do João Leite, a Sagres convidou o ambientalista Alessandro Pedroso, e o diretor executivo da Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (STIUEG) Washington Fraga.

Ouça o debate:

Ouça “Debate Super Sábado #292 | Possíveis impactos caso o João Leite seja usado para turismo” no Spreaker.

A respeito da proposta de lazer apresentada no parque Altamiro de Moura Pacheco, o ambientalista Alessandro Pedroso, explica que possível a utilização de lazer, mas o local está abandonado e não está pronto para receber a população.

“A situação de se resolver isso é simples, não precisa de muito esforço ou muitos recursos. As trilhas estão lá, só precisam serem identificada com placas, ter o interesse de cuidar e gerir o parque. O parque ecológico Altamiro de Moura Pacheco não entrou na polêmica como foi o Parque de João Leite.” explica o ambientalista.

João Leite e Altamiro de Moura Pacheco

Os dois parques ocupam uma área de quase 5 mil hectares, abrigam 28 nascentes e 39 cursos d’água que alimentam o reservatório e recarregam os nossos lenções freáticos. Os parques também protegem a principal fonte de água de Goiânia. O que preocupa o diretor executivo da STIUEG Washington Fraga, são os reservatórios de água no João Leite.

“A questão dos reservatórios do João Leite, para construir esse reservatório foram mais de 32 projetos relacionados ao meio ambiente. Agora utilizar o reservatório de água para consumo humano, a prática do esporte, somos contra” ressalta o diretor.