O coronavírus já matou mais de 40 mil pessoas na Europa, mais de dois terços na Itália, Espanha e França. O Reino Unido bateu seu próprio recorde de mortes diárias, assim como os Estados Unidos, que atingem quase 1.200 mortes em um dia, um número que nenhum país havia alcançado até o momento. Diante deste cenário, o Debate Super Sábado (4) desta semana conversou com brasileiros que vivem nos Estados Unidos e em países europeus para saber sobre a rotina de isolamento e sobre as medidas adotadas pelos governos locais para conter a pandemia.

Para entender como está na Itália, conversamos com a publicitária Nathália Bariani, que afirma quando a Itália percebeu o problema, já estava muito grande. “Quando chegaram os primeiros casos, a gente olhava muito para a China, mas não tinha a real dimensão do problema assim quando chegou. Quando chegaram os primeiros casos, uma dessas pessoas que foi o primeiro contagio, para a gente entender de onde a doença vem e tentar esolar as pessoas para ter o contato, nunca foi encontrado. Estima-se que quando a gente descobriu isso, já existia uma média de 300 casos infectados, só que não tem como saber, porque muita gente é assintomática. Nessas duas primeiras semanas, a gente começou a desconfiar, mas ainda assim não tinha tido nenhum pronunciamento efetivo, nenhuma medida nacional, que explicasse a gravidade do problema, porque eu acho que não tinha noção da questão ainda”, afirmou a publicitária.  

A jornalista Lilian Arruda, que mora na Alemanha, acredita que a Itália não tinha conhecimento da ameaça que estava sofrendo. “Uma coisa interessante no caso da Itália, é que você vê o mesmo padrão que tem acontecido em todos os países onde o coronavírus está chegando, o que está acontecendo agora com o Brasil. No ínicio o governo não tem muito receio em tomar medidas drásticas, relativizando a gravidade da doença, ainda mais na época que começou o contágio na Itália, onde não tinha tanto conhecimento do impacto ameaçador que ía ter”, relata.

Em portugal, a poulação se preparou melhor para combater o vírus, devido aos acontecimentos na Itália, segundo o jornalista Péricles Carvalho, o país serviu como exemplo. “Tivemos uma certa vantagem, porque nós vimos o epicentro começar na Itália e conseguimos nos preparar melhor. Nós estamos em quarentena desde o ínicio de março, mas o estado de emergência só foi declarado no dia 16, que é um processo extremamente burocrático e avia um certo medo de declarar estado de emergência por conto do histórico de Portugal, por ter a ditadura militar mais longa da história da Europa”, conta.

Segundo a jornalista Paula Nogueira, a realidade nos Estados Unidos não é diferente. “Aqui estamos em fechamento total, só serviços essenciais funcionam, se você sair na rua pode receber uma multa. As universidades e bibliotecas estão todas fechadas, nossas aulas estão sendo online… a situação está sendo bem crítica”, disse. 

Covid-19 em Goiás

Para entender o avanço da covid-19, conversamos com o  professor Vicente Ferreira, titular da Secretaria de Planejamento, Avaliação e Informações Institucionais da UFG. Ele que realizou um estudo da velocidade de crescimento da disseminação do coronavírus em Goiás, afirma que necessitaremos de uma maior estrutura na saúde. “Saiu uma nota técnica da Secretaria de Saúde, alegando ter projeções de casos com necessidades de leitos e UTIs. O cenário pelo estudo realizado, mostra que é mais provável que nós teremos uma necessidade muito alta de estrutura de saúde, de leitos e de UTIs no estado de Goiás. Então, pelos números apresentados, o cenário não é bom… realmente preocupa as autoridades, tanto as autoridades Sanitárias, quanto o governo em geral”. 

A UFG criou uma plataforma web para monitorar covid-19 em Goiás. O responsável pelo trabalho é o professor do Instituto de Estudos Socioambientais, Manuel Eduardo Ferreira. De acordo com o professor, a taxa de crescimento dos casos de coronavírus tem só aumentado. “Hoje está confirmado 87 casos no estado de Goiás, a poucos dias que a gente conversou, estavamos em 65 casos. Estavamos com uma esperança que essa curva começasse a achatar, mas ainda há um crescimento. A nossa curva de crescimento aqui em Goiás ainda é uma curva administrável pelo sistema público de saúde, especialmente por causa das nossas medidas de saúde, de isolamento, de contenção de eventos sociais… a gente não pode perder agora o foco nessas medidas que já foram adotadas pelo governador do estado de Goiás”, relatou.

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