Todos os anos, mães da cidade de Goiânia sofrem com a falta de vagas nos Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) da capital. Muitas delas não tem com quem deixar os filhos e com isso sentem dificuldades para trabalhar ou estudar.

Os conselhos tutelares acompanham de perto essa situação. Sobre este déficit na capital, o conselheiro tutelar da região do Setor Campinas, Décio Anacleto, concedeu entrevista exclusiva à 730 no programa Cidadania em Destaque, desta quarta-feira (11).  

Ouça a íntegra da entrevista: {mp3}Podcasts/2017/janeiro/11/dacioanacleto{/mp3}

Segundo Anacleto, déficits são aceitáveis, mas no caso da capital, há um excedente que preocupa. “Déficit é até normal, mas 4 mil são muitas crianças. Isso é o que a gente estima. Hoje os Cmeis e berçários estão cuidando de crianças de nove meses até cinco anos. A partir disso, foi criada a pré-escola, e não tem vaga também para a pré-escola, de cinco a seis anos de idade”, analisa.

O conselheiro avalia que crianças que ficam sem frequentar o Cmei perdem uma fase da educação considerada de suma importância. “É uma fase que as crianças começam a aprender a ter o contato umas com as outras, a conhecer letras, alfabetização em geral. E a maioria destas crianças estão esperando”, pondera.

Para acentuar ainda mais a crise de vagas na educação infantil do município, Dácio Anacleto menciona o caso de uma mãe que tenta há três anos inserir o filho em uma escola do município e não consegue.

“Essa mãe fala que talvez no Ensino Médio ela conseguirá a vaga, pois ela não encontra vaga em nenhum berçário, Cmei ou escola”, afirma.

Atualmente, as mães que tentam cadastrar os filhos na educação infantil do município, por meio do site da Prefeitura de Goiânia, já têm as matrículas automaticamente direcionadas para o cadastro de reserva. 

De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (SME), cerca de 30 mil vagas deverão ser preenchidas na educação municipal em 2017, 20 mil para ensino fundamental e 10 mil para educação infantil.