Em tempos de pandemia e escolas fechadas, pais e professores vêm percebendo que muitas crianças têm dificuldades de manter a atenção nas aulas à distância, o que tem prejudicado o aprendizado.

Além de problemas de adaptação ao computador e a falta da presença dos colegas, outro fator que pode estar atrapalhando o desempenho desses alunos é um possível problema auditivo. Por isso, os pais devem ficam bastante atentos aos possíveis sintomas, como orienta a fonoaudióloga do Centro Auditivo Telex, Franciele Fernandes.

“Desatenção constante, quando a criança não se concentra e tende a perder o interesse nas coisas rapidamente. A criança também vai ser hiperativa, distraída, que fala muito alto, sempre vai pedir para que repita o que foi dito, e tanto a pessoa quanto o adulto terão o hábito de escutar televisão, celular ou computador com um volume muito alto”, alerta.

A fonoaudióloga enumera alguns fatores que podem ser determinantes para o aparecimento de problemas na audição dos pequenos.

“Questões hereditárias, as otites recorrentes, o uso de medicamentos sem a orientação necessária e também o sarampo e a meningite”, afirma.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 466 milhões de pessoas no mundo sofrem de dificuldades de audição incapacitantes. Desse montante, 34 milhões são crianças, e 60% das perdas auditivas infantis são decorrentes de causas que podem ser prevenidas.

Ainda de acordo com a OMS, mais de 900 milhões de pessoas deverão sofrer de perdas auditivas. Além dos problemas crônicos de comunicação doméstica, os danos auditivos também trazem impactos indesejáveis nos campos socioemocional e no desenvolvimento econômico e acadêmico.

“Sempre que a criança nasce, faz esse famoso teste da orelhinha com o objetivo de fazer uma triagem da capacidade auditiva do bebê. Contudo, mesmo que esse exame não indique nenhuma alteração, ela pode aparecer com o tempo, que é justamente por conta das causas que eu citei. É sempre importante ficar atento a esses sintomas”, conclui Franciele Fernandes.

Assista à entrevista na íntegra a seguir no STM #163 e saiba mais