A árbitra Michelle Safatle e a assistente Jordana Pereira voltaram a comandar uma partida de futebol em Goiás depois de 16 anos. As profissionais estiveram no empate em 1 a 1 entre Goiatuba e Vila Nova, domingo (06). Neste Dia Internacional da Mulher, as árbitras destacaram a busca pelo espaço no futebol e a luta pela igualdade de gênero.

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“A luta por igualdade ainda está muito longe do ideal. A gente busca muito mais, acreditamos que podemos muito mais e estamos a cada dia mais querendo provar isso para o mundo como um todo. Então, acredito que tudo que um homem é capaz de fazer uma mulher também é”, afirmou Michelle Safatle.

Na mesma linha de raciocínio, Jordana Pereira concordou com a companheira de profissão e explicou como tem sido a busca pela igualdade de gênero. “Acredito que há um caminho ainda a se seguir, a mulher vem mostrando a sua força, capacidade para desempenhar o mesmo papel que o homem. Então, acredito que é um processo, precisamos de mais espaço cada vez mais para mostrarmos nossa força e do que somos capazes”, destacou.

Há de 16 anos, quando Sirlei Cândida apitou seu último jogo pela Comissão de Arbitragem da Federação Goiana de Futebol, o Estado criou um tabu, quebrado por Michelle Safatle e Jordana Pereira. Após o jogo, elas contaram como foi a sensação de trabalhar no primeiro jogo de Campeonato Goiano.

“Foi sensacional, uma sensação única, indescritível e fenomenal. Não consigo nem colocar em palavras específicas, mas fiz o meu melhor, dei tudo dentro de campo e saio com a sensação de dever cumprido, que é fantástica”, afirmou Michelle Safatle.

“Me sinto lisonjeada, honrada por estar fazendo parte desse processo histórico, principalmente por nosso Estado. Então, acredito que é uma grande revolução. Eu e a Michelle estamos abrindo portas novamente, para escrevermos nossa história e poder ter a presença cada vez mais mulheres no esporte e em qualquer profissão”, ressaltou Jordana Pereira.

Agora que o primeiro passo foi dado e a estreia no Goianão foi concluída, Michelle Safatle e Jordana Pereira afirmaram quais seus objetivos principais na arbitragem. “Meu sonho é chegar na FIFA, poder apitar uma Copa do Mundo e ir além disso, um Mundial de Clubes, trabalhar na Europa, estão começando a ter intercâmbio entre Europa e Américas”, contou Michelle Safatle.

“Acho que todo mundo que entra na arbitragem ou qualquer profissão almeja o maior, o espaço limite. Pra mim acho que é a FIFA, a gente tem essa vontade no coração de trazer orgulho para todos que acreditaram na nossa história”, afirmou Jordana Pereira.

No futebol, uma batalha dentro da luta histórica entre homens e mulheres foi vencida. De acordo com Michelle Safatle e Jordana Pereira, atualmente a árbitra em Goiás recebe o mesmo dinheiro que o árbitro. “Hoje a igualdade é para todos. Então, se eu quero apitar jogos masculinos eu tenho que passar no teste físico masculino e dentro do quadro somos tratados da mesma forma”, frisou Michelle Safatle.

Por fim, as árbitras trouxeram o que mais foi de destaque para ela neste dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher. “Acho que a gente ter tido essa oportunidade de fazer essa estreia esse ano, nessa data bem próxima, acho que casou muito, deu muito certo. Não acredito que tenha sido programado, porque não foi um campeonato fácil, que se desenrolou no início, ainda tinha definição para ver quem subia e descia”, pontuou a árbitra.

“A cada ano a gente comemora mais alguma vitória e para mim, minha vida pessoal, eu comemoro essa data, além de demonstrar o respeito que a mulher precisa ganhar. A mulher precisa de ser cuidada, de segurança. Então, acredito que é uma data comemorativa, traz muitas lembranças, mas também muitas conquistas”, finalizou Jordana Pereira.

Árbitra Michelle Safatle | Foto: Tandara Reis
Árbitra assistente Jordana Pereira | Foto: Tandara Reis