Instituído há 45 anos, o Dia Nacional do Futebol celebra um esporte que transcende a sua própria prática. A data, escolhida pela então Confederação Brasileira de Desportos (CBD), atual Confederação Brasileira de Futebol (CBF), homenageia a fundação do mais antigo clube a praticar futebol ainda em atividade no Brasil, o Sport Clube Rio Grande, criado 121 anos atrás, em 19 de julho de 1900, no extremo sul do país.

Praticado há séculos pela humanidade, com os primeiros registros datados durante a Dinastia Han, nos séculos III e II a. C na China, o esporte ganhou várias ramificações a partir do século XVII, em especial nas Ilhas Britânicas e as suas colônias. Em Florença, berço do Renascimento dois séculos antes, o calcio fiorentino foi a prática mais próxima do futebol moderno, protagonista com grandes espetáculos na cidade.

Formação e chegada ao Brasil

Com a separação do rúgbi a partir de meados do século XIX, o futebol foi institucionalizado pelos ingleses em 1863, com as primeiras regras que delinearam o esporte através da The Football Association, a primeira federação de futebol no mundo. No Brasil, a exemplo de outros países, a prática também foi introduzida pelos britânicos nas décadas seguintes, com registros diversos a partir de 1875 no sul e sudeste do país.

De toda forma, a versão mais célebre conta que o paulista Charles William Miller, filho de um inglês empregado em São Paulo, trouxe da Inglaterra a primeira bola de futebol para o país em 1894. No ano seguinte, em 14 de abril de 1895, em Várzea do Carmo, o jogo disputado entre funcionários da Estrada de Ferro São Paulo Railway Company e da São Paulo Gaz Company é considerado a primeira partida de futebol no Brasil.

Inicialmente com a prática limitada pela aristocracia, os primeiros clubes e ligas de futebol no país se deram através de forte influência dos ingleses. Enquanto o esporte se popularizou de forma mais veloz em países vizinhos como Argentina e Uruguai, somente a partir da década de 1920 que o futebol passou a ser aberto para toda a população brasileira. Profissionalizado em 1933, se tornou um esporte de massa na década seguinte.

Em contraste com os primeiros vínculos profissionais dos atletas, além do advento da Copa do Mundo em 1950 e a construção do estádio do Maracanã, que deram uma conotação popular ao esporte no Brasil, a prática foi proibida às mulheres por quase quatro décadas. Criada no governo Getúlio Vargas, em 1941, a lei foi revogada em 1979, enquanto o futebol feminino acabou regulamentado somente quatro anos mais tarde.

Futebol goiano

Representado nacionalmente por Atlético Goianiense, Goiás e Vila Nova, os únicos clubes goianos campeões nacionais, e atualmente presentes nas duas principais divisões do Campeonato Brasileiro, com os rubro-negros na Série A e esmeraldinos e colorados na Série B, o futebol goiano coleciona nove títulos nacionais entre o trio da capital. No entanto, a bola começou a rolar um pouco no interior do estado.

Antes da criação de Goiânia, já haviam sido fundados clubes como o Jaraguá Esporte Clube e o Clube Recreativo e Atlético Catalano (CRAC), que disputaram a última temporada da primeira divisão do Campeonato Goiano. Pioneiro na capital, o Atlético surgiu através dos moradores do bairro de Campinas, motivados após os primeiros jogos disputados na cidade, que também influenciaram a criação do Goiânia Esporte Clube, um ano depois.

Com o fortalecimento da rivalidade entre Atlético e Goiânia, além da popularização do esporte e a interiorização do país, os demais clubes passaram a surgir na década seguinte, como Goiás e Vila Nova. O crescimento da dupla, inclusive, se dá após a profissionalização das instituições no estado, a partir dos anos 1960.

Confira também

Dentro das quatro linhas mais famosas do mundo esportivo, mais do que 22 atletas que correm atrás de uma bola, o futebol é celebrado por sua importância social e econômica. O sonho para muitas crianças, é também o sustento de milhares de famílias e a paixão de outros milhões de brasileiros.

Assista à reportagem especial de Rafael Bessa