(Foto: Samuel Straioto)

É crítica a situação de abastecimento hídrico na região metropolitana de Goiânia, disse a secretária de Meio Ambiente, Andrea Vulcanis, em entrevista à Sagres nesta quinta-feira (2). Na terça-feira (30), o governador Ronaldo Caiado (DEM) assinou o decreto de alerta hídrico nas bacias hidrográficas do Rio Meia Ponte e do Ribeirão João Leite. O objetivo é executar ações para evitar a falta de água durante o período de seca, entre maio e setembro. O decreto faz parte do Plano de Gestão dos Recursos Hídricos para Goiânia e Região Metropolitana.

De acordo com Andrea Vulcanis, a média anual de chuva em Goiás nos últimos 30 anos foi entre 1.400 a 1.600 milímetros. Essa média caiu 750 milímetros a partir de 2014. “É como se a gente tivesse perdido meio ano de chuva entre 2014 e 2018”, explicou. Em Catalão a situação é ainda mais crítica. A redução da média anual de chuvas no período foi de 82%.

Além da diminuição das precipitações, a secretaria observa que não há infiltração adequada das águas por conta da degradação ambiental das margens das bacias hidrográficas e pela maior impermeabilização do solo. A água que cai da chuva, não infiltra no solo e vai embora. “Os rios ficam sem reserva”, disse.

Esses dois fatores diminuíram a vazão do Rio Meia Ponte. Em janeiro a vazão foi de apenas 4 mil litros por segundo. Apenas a Saneago e os irrigantes têm autorização para captar, juntos, 3,3 mil litros por segundos (2,3 mil litros/s para a Saneago e o restante dos irrigantes). A legislação estabelece limites para captação de água. Para reter os 3,3 mil litros, a vazão do rio deveria ser de 6 mil litros/s, explica. Pior: a tendência é de maior redução dessa vazão no auge da seca. Por tudo isso a secretária não titubeia em dizer que o nível de abastecimento é crítico.

Ela explica que o Plano de Gestão dos Recursos Hídricos prevê trabalho reventivo/restaurativo e de controle executados pela Saneago e pela Secretaria de Meio Ambiente. A Saneago dispõe R$ 18,7 milhões para revitalização da bacia, em especial de suas nascentes. A secretaria pleiteia recursos de R$ 2 milhões junto ao Serviço Florestas Brasileiro para investimento de médio e longo prazos.

O controle será feito pela medição diária da vazão do Meia Ponte para definição de fiscalização e redução de outorga de captação de água por empresas e irrigantes.

{source}
<iframe width=”100%” height=”166″ scrolling=”no” frameborder=”no” allow=”autoplay” src=”https://w.soundcloud.com/player/?url=https%3A//api.soundcloud.com/tracks/614681610&color=%23ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false&show_teaser=true”></iframe>
{/source}