As enchentes, os deslizamentos, o trânsito caótico e as bolhas de calor são alguns dos problemas mais comuns das grandes cidades brasileiras. Especialistas afirmam que isso é fruto do crescimento desordenado e da falta de planejamento urbano dos gestores públicos. Será este nosso único destino ou existe alguma outra alternativa?

O novo Plano Diretor de Goiânia foi aprovado este ano. Nós aqui do Programa Nosso Melhor pautamos e entrevistamos várias pessoas ligadas a esse processo, e assunto é o que não falta quando se fala em urbanismo. Para falar sobre isso, esta semana eu convidei o presidente do Secovi, vice-presidente do Codese e diretor da Fecomércio em Goiás, Antônio Carlos da Costa.

Antônio Carlos, com vasta experiência no setor imobiliário à frente da Tropical Urbanismo e Incorporação, não apenas concorda que é possível um desenvolvimento urbano inteligente e sustentável, como este é o motivo de todo o planejamento urbano. “A drenagem urbana é um assunto que me apaixonei”, diz, com referência à permacultura e outros sistemas de amortecimento do impacto ambiental nas cidades. Entretanto, complementa, é muito difícil planejar e operar um desenvolvimento sustentável sem o pilar econômico à altura. “Se a população não tiver renda para sobreviver, ela vai explorar os recursos que conseguir”, enfatiza.

Plano Diretor de Goiânia

Para Antônio Carlos da Costa, o novo Plano Diretor avança na possibilidade de Goiânia se industrializar. No passado, recorda, a indústria era sinônimo de queda da qualidade de vida, poluição, mas essa realidade mudou com os arranjos produtivos locais e novos setores industriais inteligentes. Junto com a indústria, vem o investimento em educação, qualificando a mão de obra dos trabalhadores, geração emprego em maior escala e oportunidades de serviços agregados.

Outro ponto positivo, foi o plano de urbanização básica, com um macrossistema viário, macrodrenagem, etc, com olhar mais a longo prazo, de pelo menos 50 anos.

O parcelamento de áreas rurais foi um ponto polêmico na discussão do Plano Diretor. O Estatuto das Cidades trata deste assunto em seu artigo 42-B. Nosso entrevistado defende o parcelamento dessas áreas dentro do princípio da contiguidade, o que evita vazios urbanos. “Há 14 anos não havia expansão urbana em Goiânia e isso favoreceu a ocupação irregular”, comenta, lembrando das mais de 150 ocupações irregulares ocorridas em Goiânia na década de 70, como um alerta para que isso não se repita.

De toda forma, Antônio Carlos vê as parcerias entre Poder Público e sociedade civil como a melhor saída para se encontrar as soluções na resolução dos problemas urbanos, citando o convênio entre a Prefeitura de Goiânia e o Codese e parceiros, nos projetos para a Avenida Leste-Oeste e Goiás Norte. Estes projetos integram cidades conturbadas à capital, como Aparecida de Goiânia, Goianira e Senador Canedo. Outra vantagem é a redução de custos para o desenvolvimento do projeto, patrocinado pelo setor privado, e que contou ainda com doação de áreas particulares para a abertura das vias de tráfego.

Pelo que tenho acompanhado, esta construção de um Desenvolvimento Urbano Inteligente e Sustentável, é viável e já tem consigo avanços consistentes, tanto na gestão exitosa de Ioav Blanc, que está passando o bastão, quanto de todos seus antecessores. Que a visão e a competência de Antônio Carlos da Costa, possa manter o SECOVI GOIÁS,  colaborando com Nosso Goiás ainda Melhor.

O programa desta semana está alinhado ao ODS 11 – cidades e comunidades sustentáveis. Até semana que vem!!!!

Assista ao programa completo!

Temas abordados

– É possível um desenvolvimento urbano inteligente e sustentável?

– O Plano diretor de Goiânia é satisfatório?

– Expansão urbana regulada evita ocupações irregulares.

– Avenida Leste-Oeste e Goiás Norte, integração público-privada.