A tese de doutorado de Patricia Matsuo, do Instituto de Biociências (IB) da Universidade de São Paulo (USP), indica que a educação ambiental nas escolas pode contribuir para a prevenção de desastres socioambientais. Então, a pesquisadora destaca que metodologias inovadoras nas escolas podem formar a consciência de bons cidadãos.

Os desastres socioambientais são cada vez mais frequentes no Brasil, com impactos para além dos efeitos das chuvas. Desta forma, Matsuo estudou iniciativas de 238 escolas para as quatro primeiras edições da Campanha #AprenderParaPrevenir, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). A maioria das unidades eram da rede pública de ensino.

A partir das práticas educativas escolhidas pelas escolas, a pesquisadora então classificou as abordagens de Educação em Redução de Riscos e Desastres (ERRD) do seu trabalho em cinco categorias: cidadã, expositiva, comunicativa, experiencial e investigativa.

Práticas educativas

As práticas educativas analisadas por Matsuo incluem trabalhos práticos como a construção de pluviômetros com garrafas PET. Com eles, os estudantes fizeram o monitoramento da precipitação de chuvas na área de suas escolas. Mas também houve atividades teóricas, por exemplo, debates em sala de aula. 

Matsuo também notou a multidisciplinaridade dos exercícios propostos pelos professores.

“O trabalho é uma forma de reconhecimento desses professores e professoras pelo trabalho que estão desenvolvendo em torno da escola. Eles estão construindo conhecimentos em redução e prevenção de riscos e desastres, além de serem agentes ativos no desenvolvimento de novas metodologias educativas inovadoras”, pontuou.

A tese de Patricia Matsuo foi desenvolvida na Universidade de Coimbra, Portugal, entre 2021 e 2022. No entanto, o trabalho deu origem ao livro “Muito além da chuva: práticas educativas na era dos desastres”, publicado pela Associação Portuguesa de Riscos, Prevenção e Segurança (RISCOS), editora ligada à instituição. Ademais, o material está disponível no portal da Associação. 

*Com informações do Jornal da USP

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