Em assembleia realizada nesta terça-feira (16), trabalhadores da educação de Goiânia decidiram paralisar as atividades. Entre as pautas das reivindicações está o pagamento do piso salarial dos professores no percentual de 33,24% (valor anunciado pelo governo Federal) e a data-base dos servidores administrativos.

Em entrevista à Sagres, o secretário municipal de Educação, Wellington Bessa, afirmou que não há recursos suficientes para atender à exigência dos sindicatos.

“Para professores que já ganham o valor acima do piso, foi sugerido o reajuste de 7,5%. Esse valor o sindicato não aceitou e exigiu que fosse aplicado a todos os profissionais o valor de 33,24%. A [Secretaria de] Finanças nos assegura que esse valor é impraticável”, afirma.

Atualmente, de acordo com a Secretaria de Finanças (Sefin), a folha de pagamento da Secretaria Municipal de Educação (SME) é de R$ 1,073 bilhão. Com o aumento do piso nacional reivindicado pela categoria, a folha iria ultrapassar todo o orçamento da Educação, que é de cerca de R$ 1,5 bilhão.

Para Wellington Bessa, o valor proposto de reajuste para os professores, acrescentados a data-base de 9,3% para os administrativos, referente ao período de 2020-2022, já coloca a prefeitura dentro da lei.

“Com essa folha [de pagamento] que já é bastante alta da educação, não teremos condições de pagar nem próximo dos 33,24%. Nós entendemos que a greve nesse sentido é ilegal, primeiro porque não tinha esgotado as negociações, e segundo, esse percentual exigido não tem lei que nos obrigue para aqueles que já ganham mais que o piso”, calcula.

A SME informou em nota que Goiânia vai cumprir o piso nacional atualizado em 2022 pelo Governo Federal, com o reajuste de 33,2% apenas para professores em início de carreira.

Confira a entrevista na íntegra a partir de 00:30:00

Rodrigo Melo é estagiário do Sistema Sagres de Comunicação, em parceria com o Iphac e a PUC Goiás, sob supervisão da jornalista Thaís Dutra.

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