Neste momento político brasileiro, nada melhor do que falar com quem entende do assunto. Esta semana o papo foi sobre as eleições deste 30 de outubro, com meus parceiros de Sistema Sagres, os jornalistas Rubens Salomão e Samuel Straioto. Afinal, é importante termos pontos de vista diferentes e aprofundados para graduar nosso discernimento, para se fazer a melhor escolha.

Rubens Salomão ressalta que as instituições brasileiras funcionam, e acredita que, independentemente do candidato eleito, este tomará posse no dia 1º de janeiro. Sobre os planos de governo, o jornalista avalia ambos como genéricos, sem aprofundamento nos principais temas. Por sua vez, Samuel considera que os planos de governo estão voltados mais para ressaltar o que fizeram no passado e continuação dos projetos de cada gestão (de Lula e Bolsonaro) do que para novas propostas. “Acredito que seria melhor que os planos fizessem uma projeção para os próximos quatro anos”, diz.

Straioto lamenta o baixo nível desta disputa eleitoral, com tantos ataques à imagem dos candidatos e com tantas mentiras. Este clima beligerante, complementa Rubens Salomão, também tem seus pontos positivos. Ele cita o caso do candidato Tiririca, que surgiu na política com o slogan “Vote tiririca, pior do que está não fica”, e piorou. Entretanto, os fatos políticos nos últimos dez anos fizeram com que boa parte da população voltasse a se envolver com política, voltasse a participar do jogo político. “As pessoas conseguem ver melhor que a política é o local para se resolver os problemas da sociedade”, salienta.

Samuel Straioto também vê uma luz no fim do túnel. Por mais agressivo que seja o cenário político atual, o eleitor está mais inteirado das funções dos três poderes da República, dos nomes de ministros, parlamentares e demais agentes da cena política. Tem buscado entender melhor o funcionamento das instituições que governam o Brasil, e isso, para o nosso repórter, significa amadurecimento social. Para Rubens Salomão, esse amadurecimento só será possível avaliar nas eleições de 2026, quando os temores e a polarização atual terão passado e outro cenário se apresentará.

Mas até que ponto o cidadão é responsável pelo governo que tem? A resposta está além da eleição, está no processo, no mandato. Para Samuel Straioto, é preciso pensar em quais desafios o próximo presidente precisará enfrentar. O primeiro ano de governo, continua, não é fácil e requer ajustes. “É preciso ter paciência para começar a ter uma avaliação do governo que assumirá”, analisa. Já para Rubens Salomão, o desafio de avaliar o governo depende do conhecimento que a população tem sobre gestão governamental.

Com tamanha polarização, fica difícil atrair votos de eleitores contrários, e poucos são os indecisos, afirma Samuel. Para o jornalista, todos os candidatos estão passíveis de errar em suas administrações, afinal, estamos falando, antes de tudo, de seres humanos.

Eu mesmo acredito que esta peleja não se encerra com este segundo turno. Não precisamos engolir o pacote fechado de cada candidatura. Independentemente de quem ganhe, precisamos continuar nos posicionando e agindo pelas bandeiras que acreditamos pelo melhor de nosso Brasil.

Vote consciente. Que Deus tenha misericórdia desta nação.

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Temas abordados
Planos de governo, todos têm?

Estamos no fundo do poço da política nacional?

Há luz no fim do túnel para a política brasileira?

Até que ponto o cidadão é responsável pelo governo que tem?

Polarização consolidada e pouca margem de mudança no eleitorado