Alessandro Melo deixou nesta quinta-feira (16) a Secretaria Municipal de Finanças (Sefin) de Goiânia. O ex-titular da Pasta tomou a decisão em conjunto com auxiliares e comunicou a Prefeitura por meio de uma carta.

Além de Alessandro Melo, assinam o documento comunicando a saída da Sefin o chefe de Gabinete Eduardo Scarpa, a superintendente de Planejamento Governamental Helena Magna, a superintendente do Tesouro e Administração Financeira Márcia Taveira, o superintendente de Cobrança da Dívida Ativa Ricardo De Val e o assessor de Tecnologia da Informação Bruno Rudyard.

“Tivemos a honra de ser chamados para tirar a Prefeitura de Goiânia de uma crise profunda. A pior já registrada nas quase nove décadas desta Capital. Ao longo de nossas trajetórias profissionais, sem qualquer sombra de dúvida, não há nada que mais nos orgulhe do que ter colocado Goiânia no holofote nacional; do que tê-la feito figurar entre os municípios com a melhor situação fiscal do país”, afirmam na carta.

Ainda no documento, os seis destacam os principais trabalhos conduzidos à frente da Sefin, e dizem que a passagem deles pela Pasta se tratou de uma “história capitaneada pelo senhor, prefeito Iris Rezende, um dos melhores gestores deste país”.

Ao final da carta, afirma que o “ciclo termina, mas saímos maiores do que entramos, em todos os aspectos”.

No documento, Alessandro Melo e seus auxiliares não deixam claro o motivo da saída da Secretaria de Finanças.

Leia a carta a seguir

Tivemos a honra de ser chamados para tirar a Prefeitura de Goiânia de uma crise profunda. A pior já registrada nas quase nove décadas desta Capital. Ao longo de nossas trajetórias profissionais, sem qualquer sombra de dúvida, não há nada que mais nos orgulhe do que ter colocado Goiânia no holofote nacional; do que tê-la feito figurar entre os municípios com a melhor situação fiscal do país.

É emocionante olhar para o retrovisor e enxergar que conseguimos assinar a maior operação de crédito de um município brasileiro para fins de investimento. Nada menos do que R$ 780 milhões. E olha que nos foi ofertado R$ 900 milhões. Um recorde absoluto. Nada nos tira a honra de rememorar que conseguimos alcançar a tão almejada nota B na Capag; do que saber que fomos capazes de convertemos um déficit mensal de R$ 31 milhões em superávit e honramos quase R$ 1 bilhão em dívidas deixadas por outras administrações sem qualquer elevação de carga tributária, o recurso mais comum em cenários que exigem austeridade. Encontramos um cenário onde faltavam R$ 31 milhões no caixa todos os meses e delineamos uma realidade que nos permite ter hoje quase meio bilhão disponível para a administração da cidade.

O que fez diferença foi o fator eficiência. E essa, hoje, é uma marca indelével na Secretaria de Finanças de Goiânia. Prezado prefeito Iris Rezende, É com muito orgulho que vimos nossos esforços se materializarem em obras essenciais à cidade, a exemplo do recém-inaugurado Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara, a popular, Maternidade Oeste, essencial ao enfrentamento da pandemia do Coronavírus e viabilizada graças à contrapartida do Tesouro Municipal, que hoje, ao contrário do cenário que encontramos em setembro de 2017, tem capilaridade para converter, de fato, impostos em benefícios diretos para a vida do cidadão.

Foi assim também com o BRT Norte-Sul, com os 630 quilômetros de reconstrução asfáltica, com os novos viadutos, com a Gestão por Resultados, que tanto valorizou os servidores públicos do município; com o Page e a Família Fácil, que ousaram desburocratizar a gestão; e por aí vai. A lista é bem grande. Sem déficit, sem dívidas e com gestão eficiente, os tributos que cabem à Goiânia se transformaram em obras, em qualidade de vida. O recorde em desequilíbrio financeiro e em dívidas se tornou recorde de investimentos e, ainda assim, a cidade permanece como uma das menos endividadas do Brasil.

Goiânia tem em curso, desde o ano passado, R$ 1,4 bilhão direcionado à elevação na qualidade de vida da Capital. Nenhum município do Brasil, absolutamente nenhum, nem São Paulo, a cidade mais rica do país, tem mais recursos sendo direcionados para obras, para a cidade, para os cidadãos. É o maior volume de recursos que a cidade já recebeu em 87 anos de história.

É maior do que tudo o que foi direcionado para investimentos nos últimos 10 anos. E isso é materializar a função social do tributo. É provar que, ao contrário do que acredita o senso comum, o Estado pode gastar bem; que o progresso pode ser levado muito além da retórica. O resultado dos nossos esforços está na assinatura da história que se desenha agora. É impossível não se orgulhar.

Uma história capitaneada pelo senhor, prefeito Iris Rezende, um dos melhores gestores deste país, com o qual muito aprendemos e ao qual somos inenarravelmente gratos. Uma história escrita junto à família Sefin, a qual levamos no coração. Sem cada um da Secretaria de Finanças nada do que foi feito seria possível. Nada!

Agradecemos pela confiança, pela oportunidade, pelos ensinamentos, prefeito. O ciclo termina, mas saímos maiores do que entramos, em todos os aspectos. Goiânia também. Levamos o melhor de tudo o que vivemos e, se depender de nós, seguiremos juntos na trincheira dos cidadãos que não medem esforços para delinear um Estado corresponsável pela promoção do bem-estar e do desenvolvimento social. A sua e a nossa luta continuam. Ela é o nosso maior elo. E, quem sabe, como poetiza a canção, “qualquer dia, amigo, eu volto a te encontrar; qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar”.

Sempre e incondicionalmente gratos,”.