O delegado Waldir Soares foi afastado da Delegacia de Trânsito no início da última semana. A decisão da Secretaria de Segurança Pública e Justiça (SSPJ) ganhou notoriedade na mídia e nas redes sociais, principalmente pela postura do policial, que criticou publicamente os comandantes do órgão. Durante a manhã desta segunda-feira (4), ele concedeu entrevista ao Jornal 730, 1ª edição.

Mais uma vez, Waldir criticou a Operação Balada Responsável, realizada pelo Detran. Para ele, é uma ação voltada para a mídia e não tem como objetivo prestar um trabalho ao cidadão. Em contrapartida, o delegado cita que com um valor financeiro muito inferior, a Delegacia de Trânsito chegava a resultados bem superiores.

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Segundo revelou aos entrevistadores, o delegado se sentiu mais chateado por ser recolhido. Ele afirma que não importaria de ir para outra delegacia, mas não foi o caso. Sem dar nomes, Waldir usa uma parábola para explicar a decisão. “Você não pode aparecer mais que o rei, senão cortam a sua cabeça,” declarou.

Questionado se teria sido o deputado federal João Campos, que também é delegado, que pediu a sua cabeça ele confirmou, e acrescentou que pretensos candidatos a deputado federal também querem torná-lo esquecido. A manobra seria para impedir que Waldir chegasse fortes nas eleições de 2014. Em 2010, ele concorreu ao cargo, obteve 40 mil votos e ficou na terceira suplência.

Sobre o governador Marconi Perillo, o delegado acha que o chefe do executivo não está sabendo das decisões tomadas na Polícia Civil. Para ele, as ações são orquestradas por pessoas de um menor calão dentro do governo.

Mais críticas
Waldir diz que a atual estrutura da Polícia Civil em Goiás colabora com o baixo índice de elucidação de crime. Ele cita que somente em Goiânia há 26 delegacias, quando em seu entender bastariam 12 para que o serviço fosse prestado com uma melhor qualidade. Ele explica que o correto seria fortalecer os distritos, dando capacidade a eles para investigar todo tipo de crime, deixando assim, somente aqueles sem elucidação para as especializadas.

De acordo com o delegado, atualmente há um estrutura inchada nas especializadas, enquanto as delegacias regionais estão carentes de pessoal.