Cuidar do corpo, praticar atividade física, dedicar-se a estar com quem ama e manter a conexão com a natureza estão entre os fatores que ajudam a entender a busca pela saúde mental. Mas um aspecto em particular pode ampliar esse bem-estar emocional: a espiritualidade.

Na 39ª edição do Congresso Espírita de Goiás, a busca pela saúde da mente também foi uma preocupação. Para Jorge Elarrat, atuante no espiritismo há mais de 40 anos e palestrante no congresso, o ataque às religiões e outros tipos de comportamento considerados extremistas demonstram como a sociedade necessita do bem-estar espiritual e de uma mente saudável.

“Estamos vivendo nos últimos 200 anos de história uma tentativa reiterada de alguns segmentos de pensamento de desconstruir tudo aquilo que diz respeito ao espiritual. É um ataque às religiões, um ataque à espiritualidade, a tudo aquilo que se movimenta na esfera do não-tangível, tem sido muito atacado. O resultado desse movimento é o esfacelamento dos valores morais da criatura humana, empurrando a sociedade na direção da promiscuidade, da prostituição, da drogadição, do desequilíbrio do comportamento e, evidentemente, o aumento dos depressivos, ansiosos e das taxas de suicídio”, analisa.

A jornalista e também palestrante no congresso, Chris Drux, que estuda a comunicação e espirutualidade, esse desequilíbrio está relacionada às chamadas angústias da modernidade como o consumo, dor, ilusão, desejo.  

“A integralidade do homem é um conceito vigente. É um conceito que nos conclama a identificarmos em nós exatamente esse processo da filiação divina. Entendemo-nos, enquanto filhos de Deus, a gente tem a capacidade e a competência de reconhecer as nossas potencialidades, e reconhecendo essas potencialidades a gente vivifica um processo de blindagem de todas essas angústias da modernidade, porque sabemos que temos o potencial do virar da página. É muito importante o conhecimento dessa nossa conexão com Deus, nosso criador, e criatura e criador ficam, desse modo, juntos, conectados, e o homem passa a exercer todo o seu potencial”, avalia.

Elarrat e Drux compuseram a mesa redonda deste último dia do Congresso Espírita de Goiás, em Goiânia, com Haroldo Dutra Dias e Denise Balod, no Teatro Rio Vermelho, com o tema “Brasil: um coração para o mundo”, com base na obra de Humberto Campos.

Jorge Elarrat e Chris Drux (Foto: Johann Germano/Sagres Online)

Para Dutra Dias, o momento que o Brasil vive atualmente, em especial, pede atenção para o equilíbrio e saúde emocionais da população.

“O momento é de extrema perturbação, extremismos de toda ordem, desequilíbrio mental, emocional, um materialismo avassalador em que as pessoas querem colocar os ganhos financeiros acima de tudo, em que as pessoas têm absoluta certeza de que estão certas e os outros estão errados. É o extremismo. Se pudéssemos usar uma metáfora, eu diria que estamos na meia-noite profunda, na escuridão profunda, mas não sem estrelas. Há um norte para seguirmos? Há. Mas é nesse momento que acontece a seleção, porque é nesse momento que cada indivíduo faz a sua opção”, pontua.

De acordo com Jorge Elarrat, a espiritualidade e a saúde mental são fundamentais para o enfrentamento das adversidades e na busca pelo equilíbrio emocional.

“É necessário o entendimento dos desdobramentos espirituais que a nossa vida possui para que a gente consiga ter uma vida com mais equilíbrio e eu consiga entender o que de fato a minha vida é, para que diante dos naturais embates que a vida apresenta, a gente possa ter recursos emocionais para atravessar o mar das grandes provas que todos nós atravessaremos. A doutrina espírita, nos oferecendo esse conteúdo que ela nos dá, nos facilita esse processo de equilíbrio emocional e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida e mais saúde mental”, argumenta.

Haroldo Dutra Dias (Foto: Johann Germano/Sagres Online)

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