O CEO da TG Core Asset Management, Diego Siqueira (Foto: Reprodução/Facebook/Diego Siqueira)

O principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, apresentou queda nesta segunda-feira (9) de 12,16%, a maior em duas décadas. A tensão se deu por conta da queda nos preços do petróleo, o que poderia acarretar uma recessão na economia mundial, além da expansão dos casos de coronavírus pelo mundo. 

Mas em que isso interfere na vida das pessoas? Em entrevista à Sagres nesta terça-feira (10), o CEO da TG Core Asset Management, Diego Siqueira, diz que não acredita em uma crise econômica global, mas afirma que tudo na economia está interligado. 

“Se realmente uma crise se agravar, e eu acho que não vai se agravar, ela pode afetar no crescimento econômico, pode afetar no emprego e pode afetar diretamente a vida de um cidadão comum também”, afirma. 

Para se ter uma ideia da queda, o Ibovespa encerrou a segunda-feira (9) a 86.067 pontos, um recuo de 12,17%, maior redução percentual desde 10 de setembro de 1998, causada à época pela moratória da Rússia.

Com o declínio, a bolsa de valores anulou os ganhos de 2019 e voltou ao índice de 27 de dezembro de 2018, quando marcou 85.460 pontos. Em 2020, o Ibovespa já acumula queda de 25,58%. Apesar dos dados, Siqueira aponta um descolamento da economia brasileira em relação ao resto do mundo, e assegura que essa não será a primeira crise

“Problemas como esse o mundo já passou vários e com certeza vão passar muito mais. O ponto que o Brasil, que o ministro Paulo Guedes mencionou, a gente está um pouco descolado do resto da economia. Quando a economia mundial estava crescendo, a gente estava caindo, mas pelo menos agora que a economia mundial está desacelerando, a economia brasileira tem tudo para retomar”, argumenta. 

Mesmo quem não possui investimentos, pode sofrer os impactos, como nos preços dos combustíveis. Em tom de otimismo, Siqueira considera três itens para que a economia brasileira volte a apresentar crescimento: inflação controlada, perspectiva de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a confiança do consumidor. 

“Com estes três itens, a economia brasileira vai voltar a crescer. Já voltou a cresceu um pouco no ano passado. A perspectiva desse ano é que volte um pouco. ‘Ah, o coronavírus vai atrapalhar?’ Vai, mas não vai causar recessão, vai crescer um pouco menos. No fim do dia, crescer de uma forma mais lenta, isso te dá mais perenidade no crescimento”, exemplifica. 

Apesar do otimismo com o PIB, o número gerou polêmica nas últimas semanas. De acordo com o IBGE, houve desaceleração do índice no quarto trimestre de 2019, crescendo apenas 1,1% no ano passado, R$ 7,3 trilhões, quando a previsão era de 2,5%. O governador Ronaldo Caiado comemorou o PIB goiano, acima do índice nacional.  

Na última quarta-feira (4), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em tom de piada, usou um humorista, Márvio Lúcio, o “Carioca”, para se esquivar das perguntas sobre o “pibinho”, na saída do Palácio da Alvorada. Ele saiu do palácio em um carro presidencial, fantasiado de Bolsonaro com a faixa presidencial, acompanhado do secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten. O comediante chegou a oferecer bananas aos jornalistas. O chefe do Executivo nacional compartilhou o episódio em seu perfil oficial no Twitter. Veja a seguir

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<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”es” dir=”ltr”>Bolsonabo no Alvorada! <a href=”https://t.co/g4YKIXTVL3″>https://t.co/g4YKIXTVL3</a></p>&mdash; Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) <a href=”https://twitter.com/jairbolsonaro/status/1235216868333572104?ref_src=twsrc%5Etfw”>March 4, 2020</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script>
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Para Diego Siqueira, a estratégia adotada pelo Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes, é lenta, mas consistente e vai fazer a economia crescer nos próximos meses. “Essa questão de ‘pibinho’ é um marketing negativo que não deve ser replicado, porque depois de quase três anos de recessão, a gente tem um PIB positivo próximo de 1% e já é muito bom. Então a perspectiva é que não mudou, o discurso é exatamente o mesmo. As contas estão se encaixando. Eu não acho que está tudo resolvido no Brasil, tem uma série de reformas que têm de ser aprovadas, mas a gente está sim no caminho certo. A gente já vê os números da construção civil começando a melhorar, o número de emprego começando a melhorar, o consumo começando a melhorar. Vai ser muito mais lento por causa da estratégia adotada, mas apesar de lenta, ela muito mais consistente e duradoura”, afirma.

Ouça a entrevista na íntegra

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