A Equatorial assumiu o controle da Celg-D e é responsável pela distribuição de energia elétrica em 237 municípios de Goiás, no lugar da Enel. A empresa passa a atender 3,3 milhões de unidades consumidoras e anunciou que fará um plano de 100 dias para melhorar a prestação de serviços de energia no estado.

De acordo com a Equatorial, serão feitos investimentos estruturais na melhoria da distribuição de energia e atendimento à demanda reprimida, com novas linhas de distribuição e subestações.

O presidente nacional da Equatorial, Augusto Miranda informou que 40% dos transformadores de energia estão em sobrecarga e que 72% da rede monofásica. A Celg-D é o maior ativo adquirido pela empresa.

Plano de 100 dias

A Equatorial informou que o Plano de 100 dias projeta a construção e três novas subestações, três novas linhas de substransmissão (46,7 quilômetros), 9,6 mil novas ligações de baixa e média tensão e 98,5 mil de baixa tensão.

Estão previstas a construção de subestações Riviera e Aparecida; O Riviera prevê linha de distribuição e nova subestação para atender Goiânia, Aparecida de Goiânia e Senador Canedo. O projeto Aparecida atenderá parte da cidade e também da capital.

Também há a previsão das ampliações das subestações Barro Alto-Goianésia; Anhanguera-Real e ampliação das subestações Goianésia, Anápolis Universitário, Atlântico, Bom Jardim, Araçu, Jundiaí e Goianira.

Representantes da Equatorial durante apresentação a imprensa. Foto: Samuel Straioto.

Quedas de energia

Uma das principais reclamações de consumidores em Goiás é quanto as quedas de energia no estado e a duração das quedas. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) tem indicadores que medem a eficiência do serviço prestado. Trata-se do DEC e FEC. Leyner Jayme disse que 13% dos ativos estão depreciados.

“Vão continuar as fiscalizações, não são punitivas e tem trajetórias de metas”, disse o presidente nacional da Equatorial, Augusto Miranda.

O DEC é a Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora – Tempo que, em média, no período de observação, cada unidade consumidora ficou sem energia elétrica e o FEC é a Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora – Número de interrupções ocorridas, em média, no período de observação.

Em 2015 o DEC médio do estado era de 43 horas e 12 minutos. Em 2020, passou para 16 horas e 30 minutos, mas subiu de novo, em 2021, para 18 horas e 48 minutos.

A Enel conseguiu alcançar a meta da FEC, que é a frequência de interrupções. Hoje, a média em julho foi de 8,27 quedas. A meta era de 9,22 interrupções.

“Mostramos que melhoramos em todas as concessões que nós pegamos. Posso falar de um exemplo no Piauí, em Teresina havia um histórico como a pior no desempenho, já avançamos em seis posições em pouco mais de um ano”, destacou o presidente da Equatorial Goiás, Leyner Jayme.

Leyner relatou ainda que é preciso observar as complexidades na rede e que nem sempre a interrupção de duração de energia de um local, corresponde exatamente a mesma quantidade de horas em outra região.

Os valores dos investimentos a serem feitos não foram anunciados pela empresa. O presidente nacional da Equatorial Augusto Miranda citou que conversou com o governador Ronaldo Caiado para que o crescimento da rede de distribuição esteja associado ao crescimento do Estado.

“A Enel investiu, sim, claro. Mas este investimento não foi suficiente para atender as demandas do estado que cresceu nos últimos anos acima da média nacional”, disse.

Flexibilizações

Nos três primeiros anos de operação da Equatorial em Goiás, a Aneel afastará pelo período de três anos, o risco de caducidade em caso de descumprimento dos critérios de eficiência com relação à continuidade e à gestão econômico-financeira.

A Equatorial já havia informado que as flexibilizações são necessárias para garantir um período de transição, para que se tenha prazo para que os investimentos sejam convertidos em resultados.

A empresa também pretende aprofundar o diagnóstico da situação operacional de distribuição de energia elétrica, em Goiás.

De acordo com Leyner Jayme presidente da Equatorial Goiás, a ideia é aproveitar a estrutura e pessoas que já trabalham em Goiás. “Estamos apostando num quadro de pessoas que já conheçam a empresa.

Venda

A Equatorial Energia fechou com a Enel em 23 de setembro a compra da Celg Distribuição, rebatizada de Enel Distribuição Goiás por R$ 1,57 bilhão. A conclusão do processo de venda da empresa ocorreu na semana passada.

O contrato de compra e venda prevê a reestruturação dos empréstimos existentes entre a Celg-D, a Enel e outros agentes no valor de R$ 5,71 bilhões. Os valores serão pagos em até 12 meses após o fechamento da operação.

A Enel estava no mercado goiano desde 2016, quando a empresa italiana arrematou a Celg-D em lance único de R$ 2,1 bilhões, com ágio de 28%. A Eletrobras e o Governo de Goiás eram os principais acionistas da distribuidora, que era administrada pela estatal federal.

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