Devido ao aumento de casos de contaminados pela covid-19, e o aumento da taxa de ocupação das UTIs em Goiás, escolas particulares decidiram suspender as aulas presenciais por conta própria. Mesmo com autorização do governo para manter as aulas presenciais, as unidades optaram pelo ensino remoto.

O Colégio Fractal deu início a essa medida nesta quarta-feira (10), onde avaliará a suspensão das aulas presenciais a cada sete dias. Além do Colégio Fractal, a Escola Cordel Encantado também anunciou a suspensão das aulas presenciais por quinze dias.

Em entrevista ao Sinal Aberto II, Flávio Roberto Castro, presidente do Sindicato de Estabelecimentos Particulares de Ensino de Goiânia (SEPE) explicou que a situação tem sido acompanhada e discutida desde o início da pandemia junto com a Secretária de Saúde e com a Vigilância Sanitária.

De acordo com o presidente, o Sindicato participou da construção dos protocolos de saúde para o retorno das aulas presenciais, autorizadas via decreto municipal desde o fim do mês de novembro do ano passado.

“Entendemos que os números da pandemia tem aumentado, nós estamos com praticamente 45 dias de aula em 2021 e a orientação que o Sindicato tem dado é que todas as escolas sigam os protocolos de acordo com que o decreto nos autorizou. Mas neste momento o Sindicato também orientou que aqueles pais que tiverem condição, que seus filhos permaneçam com aulas remotas em casa. Isso também contribui para a questão da circulação. Duas escolas manifestaram que na próxima semana vão suspender as atividades presenciais, a gente respeita, é da autonomia das escolas, elas não são obrigadas a funcionar presencialmente”, detalhou.

Ainda segundo Flávio Roberto Castro a ideia é manter as aulas presenciais de acordo com os protocolos estabelecidos. “A grande maioria das escolas está seguindo o decreto de acordo com o acompanhamento também por parte das famílias e da Vigilância Sanitária. Não tem sido um momento fácil, é um momento muito difícil e a gente vem acompanhando dia a dia”, frisou.

Na última semana a Vigilância Sanitária fiscalizou em torno de 100 escolas em Goiânia e até o momento não foi registrado nenhum caso de transmissão comunitária dentro das unidades escolares.

“A última informação que eu tive é que 47 alunos e funcionários frequentaram a escola e depois testaram positivo. Mas nós não temos nenhum caso confirmado de que houve transmissão dentro das escolas”, afirmou.

Flávio Roberto Castro também lamentou a forma como a pandemia mudou o cotidiano das escolas. “Não é fácil chegar em um ambiente escolar com poucos alunos, com eles de máscara, espaçados, o professor em um canto, a escola em silêncio… É uma outra escola, me desculpem o desabafo, mas é um mundo muito diferente, muito ruim”.