O índice de isolamento social em Goiânia caiu para um patamar entre 40% a 50% nos últimos dias o que indica sinal de alerta, informa o secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação (Sedi), Adriano Rocha Lima. Em entrevista à Sagres 730 nesta quarta-feira (6), ele afirmou que o índice abaixo de 40% já exige novas medidas restritivas e que o governo acompanha os números dessa semana para decidir as
condutas que adotará nos próximos dias.

Segundo o secretário, o isolamento da população entre 20% a 30% era normal antes da pandemia. A taxa de 50% já é boa, mas o ideal é de 70%. “Na quinta-feira na semana passada registramos o índice mais baixo depois de iniciada a quarentena, de 37%. Acompanhamos os números dessa semana para ter um quadro mais preciso”, disse o secretário. De acordo com ele, o Estado deve definir nos próximos dias se vai adotar novas medidas restritivas caso o isolamento siga inferior a 50%.

As aglomerações nos terminais de ônibus é outro fator de preocupação do governo. Rocha Lima reconhece que o escalonamento dos horários de funcionamento do comércio e serviço, definido em decreto da prefeitura de Goiânia em 28 de abril, não teve efeito como era esperado e afirma que o governo estuda novas medidas para o setor, que seria uma combinação de aumento de fiscalização, e ajuda financeira para as empresas de ônibus. Um projeto para esta ajuda foi apresentado pela Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), conforme a Sagres 730 revelou com exclusividade em 24 de abril. As empresas querem subsídio de R$ 80 milhões do governo estadual até outubro.

Sem dúvida que a aglomeração no transporte público é um dos itens mais preocupantes que tem. O que a gente observou, é que as medidas de escalonamento que foram feitas na semana passada por decreto municipal, apesar de nós acharmos que pudesse ser medidas que vinham melhorar, mas na prática o efeito delas foi quase insignificante”, afirmou. “O clamor [das empresas de ônibus], é em relação ao custo que isso gera pelo fato de transportar menos passageiros e colocar toda a frota gera desequilíbrio econômico. Essa reivindicação deles foi discutida no grupo amplo onde envolveram diversos poderes e a gente está revisando esses números com eles para tentar chegar num consenso”, completou.

De acordo com Adriano Rocha Lima, foram feitas três projeções da propagação do novo coronavírus. “Uma projeção era seguindo uma tendência que vinha no início de março, depois uma tendência mais pessimista, e outra mais otimista”, disse. Ele explica que com as medidas de flexibilizar o isolamento social no mês de abril, Goiás continuou com uma curva mais otimista e detalhou que essa projeção é feita a partir do número de pessoas que são infectadas por cada infectado.

Em geral, coronavírus quando não tem nenhum tipo de controle, como isolamento social, medidas sanitárias, ele chega quase que ao nível de três contaminados por cada pessoa portadora do coronavírus, ou seja, cada um consegue contaminar outros três”, afirmou. “O estado de Goiás estava por volta de 2.6 em média, ou seja, cada um contaminava 2.6 e depois das medidas isso chegou a 1.6 e mais à frente a 1.3. Então hoje nós estamos em uma curva mas suave do que seria sem as medidas de isolamento, e a diferença disso, em termos de aumento de número de casos é realmente significativo”, completou.

O secretário da Sedi ressaltou que as medidas restritivas nos primeiros casos de coronavírus, serve para bloquear o avanço rápido dos casos e depois, a retomada das atividades econômicas deve ser gradual, com controle de medidas sanitárias e observando o que tem de disponibilidade de recursos no sistema de saúde. “No final de tudo, o principal objetivo de reduzir o número de morte, por que em relação ao número de infectados, se você achata a curva, ela vai se alongar e no final de alguns meses o número de infectados será aproximadamente o mesmo, o que vai mudar realmente é a quantidade de pessoas que podem vir a óbitos por falta de recursos hospitalares”, completou.