Os estudantes Júnior da Silva (UFG), Shalon Santos (PUC-GO) e Graziele Gonçalves (UFG), criadores do app Re Formula (Foto: Petras de Souza/Sagres On)

Um grupo de estudantes universitários de Goiânia irá representar o Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU) após a criação de aplicativo. O app, chamado Re Formula, pretende facilitar a vida de estudantes que estejam enfrentando dificuldades em matérias específicas, conectando-os com professores de todo o país, para que o auxílio seja abrangente. 

A quilombola egressa do programa Jovem Aprendiz, da Rede Nacional de Aprendizagem, Promoção Social e Integração (Renapsi), e estudante do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Goiás (UFG) Graziele Gabriel Gonçalves, que já recebeu prêmios de empresas como as estadunidendes Nasa e Google, explica como surgiu a oportunidade com a criação do aplicativo. 

“O Re Formula nasceu com o Shalon. Ele já fazia esse projeto antes com os jovens, assim como eu fui jovem aprendiz. Ele começou a mapear quais eram as dificuldades desses jovens. Ele fez o projeto, foi para Cuiabá-MT, onde então entrou em contato com uma pessoa da ONU”, relata. 

A iniciativa parte dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável promovidos pela ONU, que envolve, dentre outros tópicos, educação inclusiva, equitativa e de qualidade. Júnior da Silva, que também cursa Arquitetura e Urbanismo na UFG, é o programador do aplicativo Re Formula. Ele faz parte da comunidade ribeirinha do sudoeste do Pará, uma vila em São Félix do Xingu, região da Serra Pelada. Ele, que sabe bem como é viver a dificuldade de acesso a professores e educação de qualidade, explica como a ferramenta pode ajudar jovens estudantes que estejam na mesma situação. 

“A ideia é fazer com que a educação tenha eficiência, e também levar educação para comunidades e locais que estão distantes, assim como de onde eu vim. Para se ter uma ideia, meus primos ficam de seis meses a um ano sem aula simplesmente pela dificuldade de acesso dos professores a esses alunos”, afirma. 

O estudante de Publicidade e Propaganda da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Shalon Santos, acredita que a ferramenta vai ajudar quem ainda não possui acesso a educação de qualidade no Brasil. “A educação não tem nada de personalizada. É como se fosse um remédio genérico, com apenas um tipo de caixa e bula, para todas as dores. Isso não existe, principalmente porque nós conseguimos um feito não bom, que é o 39º lugar na educação do mundo todo. Isso é inaceitável”, desabafa. 

O grande desafio agora é arrecadar recursos para que consigam apresentar a ferramenta na sede da ONU, em Nova York, nos Estados Unidos. Para isso, foi criada uma vaquinha online. O Shalon Santos, reforça a importância da ajuda para o desenvolvimento do projeto. 

“Contamos com a ajuda de todos, porque nós precisamos de ajuda financeira para poder ir para lá. Estamos falando de um país onde nosso dinheiro vale quatro vezes menos, e tudo o que a gente consegue fazer aqui não é suficiente. Estamos pedindo ajuda para esse projeto, que não é para mim, nem para a Grazi, nem para o Júnior. É um projeto para toda uma classe estudantil, de jovens, do Ensino Fundamental à pós-graduação. É um projeto para a educação do nosso país”, conclui.

Qualquer quantia é bem-vinda. Clique aqui para contribuir com a vaquinha virtual dos estudantes. Quem preferir entrar em contato com o grupo, basta enviar mensagem via WhatsApp para o número (62) 98288-8008. Você ainda pode ajudar compartilhando o link da vaquinha: http://vaka.me/827877