Entre tantos personagens que já defenderam as cores de Flamengo e Goiás, poucos tiveram o sucesso duplo de Uidemar. Grande volante do futebol brasileiro durante os anos 1980 e 90, o damolandense foi o convidado especial do programa K é Nacional com Juliano Moreira nesta sexta-feira, repercutindo a partida deste domingo (14) entre as equipes, que terá transmissão direto do Maracanã das Feras do Kajuru na Rádio Sagres 730.

Com mais de 100 partidas pelo Flamengo, Uidemar sabe bem o que é jogar no Maracanã lotado, cenário que se repetirá no próximo dia 14, às 11h, com quase todos os setores do estádio já esgotados. “É um jogo especial enfrentar o Flamengo no Maracanã, ainda mais pelo momento que o clube está vivendo. Será muito especial para o Goiás, que também está bem no Campeonato Brasileiro, e a expectativa é de um grande jogo”, destacou.

Para o ex-volante, jogar no Maracanã “é especial porque é o palco do futebol mundial. Vendo a coletiva do Rafinha, ele disse que saiu de um gigante europeu para jogar no maior clube do futebol mundial. E eu sempre falo isso, não há nada igual ao Flamengo”. Por isso, o esmeraldino também deverá estar atento ao público, “que empurra o time. O Goiás precisará ter um time aguerrido, aplicado e trabalhar por um contra-ataque e surpreender”.

Revelado pelo clube da Serrinha em 1983, jogou por seis anos na sua primeira passagem – a segunda aconteceu em 1995 – e conquistou três Campeonatos Goiano antes de se transferir para o Rio de Janeiro em 1989. Na época, sua transferência foi a mais cara no futebol brasileiro, por 500 mil dólares. “A minha saída aconteceu quando o Wagner Villela era o presidente do clube. De início, o Goiás estava negociando a minha transferência para o Vasco da Gama e no final o Flamengo apareceu cobrindo a proposta”, explica.

“Todos queriam jogar no futebol carioca. O Vasco estava em um grande momento com Roberto Dinamite, Romário, Bismarck, Mauricinho, Nonato, Mazinho e o Flamengo tinha aquela máquina com Zico, Jorginho, Mozer e outros. Cheguei em um time que tinha 11 jogadores da seleção brasileira e foi um privilégio muito grande de vestir a camisa. Tive grandes conquistas e uma trajetória muito linda, que marcou a minha carreira no futebol brasileiro”, ressalta Uidemar, titular na conquista do Campeonato Brasileiro de 1992.

(Foto: Reprodução Youtube)

Também campeão carioca em 1991, outro título importante no seu currículo foi a da Copa do Brasil de 1990. Por ironia do destino, enfrentou justamente o Goiás na final, vencida pelo Flamengo na ida por 1 a 0 com gol do zagueiro Fernando, em Juiz de Fora. Na partida de volta no Serra Dourada, o ex-volante teve a dura missão de marcar seus ex-companheiros, como os meias Fagundes e Luvanor. O jogo acabou em 0 a 0 e o rubro-negro levou a taça.

Outro fator a ser levado em consideração é a repercussão que uma boa partida neste domingo pode render para o Goiás. “O Campeonato Brasileiro é muito difícil e o nível técnico se equipara em jogos como esses. O atleta antes de um jogo no Maracanã tem uma semana diferente, em que se motiva mais, dorme mais cedo, se cuida e prepara melhor porque praticamente o mundo inteiro estará te vendo. É a possibilidade de fazer um grande jogo com uma vitrine maravilhosa, ainda mais conseguindo um grande resultado”.

Para Uidemar, que tem conhecimento de causa com uma passagem de quatro anos pela Gávea, “com certeza as portas se abrem para um jogador que faz um grande jogo no Maracanã lotado contra o Flamengo. Hoje, um jogador faz dois jogos e logo é vendido para a Europa. Então as coisas estão mais fáceis, principalmente agora com a janela do futebol europeu aberta, quando os grandes empresários estão no Brasil. Não tenho dúvidas de que um grande jogo no Maracanã abriria as portas para um jogador do Goiás”.

Por isso, jovens como Léo Sena e Jefferson, crias do clube esmeraldino, devem ser observados com mais cuidado. “Nós torcemos, principalmente os da base do Goiás, terem destaque e futuramente vestirem a camisa de um grande clube do futebol brasileiro. E isso é importante para o atleta, que sempre sonha em jogar em um grande clube da Europa”, finaliza o ex-volante, importante protagonista na história do confronto entre esmeraldinos e rubro-negros.