O deputado federal Fábio Sousa (PSDB) concedeu nesta quinta-feira (08), uma entrevista exclusiva à Rádio 730, na qual avaliou o posicionamento de seu partido em relação à possibilidade de saída do presidente Michel Temer mediante cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Após as eleições de 2014, o PSDB entrou com a ação pedindo a cassação da chapa e o TSE começou a julgar suspeitas de irregularidades nos repasses à gráficas que prestaram serviços para a campanha eleitoral de Dilma e Temer.
No entanto, o PSDB aliou-se ao PMDB depois que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff foi consumado. A despeito da postura adotada por seu partido – que continua na base governista – o deputado Fábio Sousa disse que a permanência de Temer é insustentável. “O PSDB, que é o autor da ação, torce para que não dê certo. O PT, que é o objeto da ação, torce pela cassação. Esse é o Brasil no qual vivemos hoje”, acrescenta.
Ainda de acordo com o parlamentar, o PSDB errou ao decidir assumir cargos no governo. “Eu tenho um grupo dentro do partido que defende a entrega dos quatro ministérios que a legenda tem hoje no governo. O partido não precisa de ministros para apoiar uma agenda positiva para o país, o que precisa é ter responsabilidade. O PSDB levou um tiro e tem que se tratar para continuar tendo respaldo diante da sociedade”, enfatiza Fábio Sousa.
Caso Aécio Neves
No mês passado, o senador afastado Aécio Neves – até então um dos principais nomes do PSDB no cenário político nacional – foi citado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista – donos do frigorífico JBS – em delação encaminhada à Procuradoria Geral da República (PGR). O ex-candidato à presidência é suspeito de ter recebido propina, paga pelos empresários.
Aécio foi afastado do mandato depois que o conteúdo das gravações apresentadas pelos donos da JBS vieram à Tona. Ao fazer uma análise sobre o caso, o deputado Fábio Sousa disse que ainda não é possível precisar se a carreira política do senador afastado de fato chegou ao fim. “Eu gostaria muito que ele tivesse renunciado, mas tudo bem, ele se afastou. O que ele não poderia ter feito é levar o partido a reboque (causar prejuízos)”, ressalta.
No dia 02 de junho, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) nova autorização para investigar Neves, desta vez por lavagem de dinheiro. O pedido foi feito após o parlamentar ter sido denunciado pelos crimes de corrupção passiva e obstrução da Justiça.
Ouça a entrevista:
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