Mês da conscientização e combate à neoplasia, o Março Lilás reacende a discussão sobre a baixa adesão à vacina contra Papilomavírus humano (HPV), fator que segue como maior entrave para controle da doença. Em entrevista ao Sagres em Tom Maior #467, a ginecologista oncológica Nayara Portilho afirma que a falta de informação é um dos principais motivos pela baixa adesão à vacina contra HPV. Confira a entrevista na íntegra a seguir a partir de 00:04:00

“Tem gente que ainda não está consciente da existência da vacina. […] Por isso a gente trabalha no Março Lilás conscientizando a todos que essa vacina está disponível no SUS para as faixas etárias: meninas de 9 a 14 anos e para meninos de 11 a 14 anos. Ainda temos para o grupo de risco que são pacientes que tem HIV, transplantados renais ou oncológicos, para a idade de 9 a 26 anos”, informou a ginecologista.

Nayara Portilho acrescenta que a vacina protege contra quatro tipos de vírus, e dois deles provocam as chamadas verrugas genitais e dois oncológicos que podem desenvolver o câncer de colo do útero. “A nossa intensão no futuro é a erradicação do câncer de colo uterino, se a gente conseguir que toda população nessa faixa etária se vacine”, conclui Nayara.

Cerca de sete mil mulheres morrem de câncer de colo de útero no Brasil todos os anos. Os dados são do Instituto Nacional de Câncer (Inca), que também prevê o registro de 16.590 mil novos casos da enfermidade ao longo de 2022 – quase 600 quando o recorte é Goiás.

Medidas de prevenção

A ginecologista oncológica aponta que o uso de preservativos também diminui o índice de contágio do vírus HPV. “A outra é o exame de Papa Nicolau. Ele não protege contra o HPV, mas ele vai fazer o diagnóstico precoce das alterações de colo do útero, muitas vezes antes mesmo de virar um câncer”, conclui.

Rodrigo Melo é estagiário do Sistema Sagres de Comunicação, em parceria com o Iphac e a PUC Goiás, sob supervisão da jornalista Thaís Dutra.

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