Sagres em OFF
Rubens Salomão

Fazenda goiana entra em leilão inédito no BB com pagamento por crédito de carbono

Fazenda localizada no município de Edeia, em Goiás, foi incluída em leilão inédito do Banco do Brasil, em que o pagamento pelos imóveis poderá ser feito com crédito de carbono. Essa é a primeira vez que a instituição financeira lançou edital de imóveis rurais com possibilidade de quitação parcial ou integral pela modalidade. A fase de lances já está aberta e a sessão de disputa será on-line, com data prevista para a próxima quinta-feira (07). Juntos, os lances mínimos somam R$ 11 milhões.

Ao todo, são seis imóveis localizados em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, com descontos de até 55% em relação ao valor de mercado. Os interessados, pessoas físicas ou jurídicas, devem se cadastrar no site da leiloeira oficial do BB, com até 24 horas de antecedência da disputa. Pelo link, também é possível conferir o edital e seus anexos, com detalhes de cada imóvel. A fazenda em Goiás tem lance mínimo de R$ 650 mil, pelos 29 hectares.

Os créditos de carbono serão aceitos no valor unitário máximo de R$ 88,27. Eles devem ser gerados conforme padrões e termos reconhecidos pelo mercado regulado ou, ainda, pelo mercado voluntário. Por exemplo, o Verified Carbon Standard é um desses padrões amplamente aceitos. Segundo o BB, a nova modalidade de pagamento visa a fomentar o mercado de créditos de carbono, como forma de apoiar o desenvolvimento sustentável do país. “Além disso, ao permitir o pagamento dos bens com os certificados, o banco oportuniza que os geradores dos créditos invistam em imóveis rurais sem necessidade de descapitalização”.

crédito de carbono edeia
Foto: Fazenda de 29 hectares em Edeia, que poderá ser comprada com crédito de carbono. (Crédito: Divulgação/BB)

Crédito de carbono

Ainda no fim do ano passado, o BNDES lançou o primeiro programa no país de compra de carbono regular por um banco público. O objetivo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é estimular projetos geradores de créditos. Com isso, contribuir para a preservação do meio ambiente.

Detalhes

O programa “BNDES Créditos de Carbono” realiza aplicação de recursos para comercialização de instrumentos de compensação de carbono no mercado voluntário. A ação ocorre por intermédio de projetos que gerem redução de emissão ou captura de carbono. A escolha se dá por meio de Chamadas Públicas. 

Padronizar

Além disso, o BNDES busca chancelar padrões de qualidade para condução do processo de descarbonização da economia brasileira.

credito carbono castanheira
Foto: Castanheira de reserva legal em Juruena, em Mato Grosso. (Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Florestas

Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Lula) sancionou, com veto, a lei nº 14.590, que altera três outras leis, e libera a comercialização de crédito de carbono em áreas de concessões florestais. O movimento é um passo inicial para o Brasil seguir em seu plano de redução de emissões de gases de efeito estufa.

Pacto global

As metas de redução atendem ao chamado NDC ou Contribuição Nacionalmente Determinada, definido no âmbito do Acordo de Paris. A Lei também alavanca o mercado de compensação de emissões.

Mudança

O texto veio com um veto no trecho que definia reservas legais como “áreas averbadas em matrícula com objetivo de manutenção de estoque de madeira, designadas como planos técnicos de condução e manejo”.

Preservação

O governo seguiu o argumento defendido pelo Ministério do Meio Ambiente, que defende que esse trecho poderia afrouxar a legislação de proteção sobre reservas legais dessas áreas, o que representaria um “retrocesso ambiental”.

Primeira mulher

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou a diplomata Maria Luiza Viotti para o cargo de embaixadora do Brasil nos Estados Unidos. Ela será a primeira mulher a comandar a representação brasileira no país norte-americano.

Embaixadora

O Senado já havia aprovado a indicação da diplomata no início do mês. Maria Luiza Viotti tem 69 anos. A mineira, de Belo Horizonte, ingressou na carreira diplomática em 1976, passando por diversos cargos. Foi diretora do Departamento de Direitos Humanos e Temas Sociais (2004 a 2006) e diretora do Departamento de Organismos Internacionais (2006 a 2007).

Leia mais da Sagres Em OFF:

*Este conteúdo está alinhado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 13, na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) – medidas para combater a mudança do clima e seus impactos.

Mais lidas:

Leia também: