Feira Hippie: a maior da América Latina teve origem cultural

Quem ouve o nome da Feira Hippie logo associa com roupas e gente buscando preço mais em conta para uso próprio ou em larga escala, no atacado, para revender em outros locais no Brasil. Muita gente circula na região da Rodoviária, num ritmo bem intenso no comércio. Esta é uma imagem que temos da atualidade na Feira Hippie, mas a origem dela é bem diferente deste cenário. 

Tudo começou no final dos anos 1960, quando Goiânia começava a tomar a forma que conhecemos nos dias atuais: cidade grande, com cara de metrópole, mas que ainda guardava aquele ar de interior. 

Naquela época, na região onde está o Parque Mutirama, importante ponto de lazer da capital, artesãos e artistas plásticos começaram a expor seus trabalhos. Alguns deles seguiam os princípios do movimento hippie, daí vem o nome desta tradicional feira.

O final dos anos 60 marcou o auge do movimento hippie. Então, além da comercialização de produtos, também aconteciam apresentações culturais. Bandas independentes tocavam no local, com pouca ou quase nenhuma estrutura. No entanto, à medida que a influência do movimento hippie diminuía, o perfil da feira era alterado.

(Foto: Reprodução/Lucas Xavier)

Mudanças

A Feira Hippie passou por quatro mudanças ao longo de sua história. Alguns locais foram mais marcantes, como no início, na região do atual Parque Mutirama, com comércio predominante de produtos artesanais. 

Depois, nos anos 1980, a feira passou a funcionar no canteiro central da Avenida Goiás, também no Centro de Goiânia. Ainda nessa década, além da mudança para a Avenida Goiás, o perfil da feira também mudou, com a chegada de produtos importados, diminuindo a quantidade dos itens artesanais. 

Com o crescimento da feira e chegada de novos comerciantes, em 1995, a Feira Hippie passou pela sua última transferência, sendo deslocada do canteiro central da Avenida Goiás para a Praça do Trabalhador, no Setor Norte Ferroviário, onde está até hoje. 

Mesmo com canteiro largo, a Avenida Goiás já não comportava mais o grande número de feirantes e frequentadores que circulavam pelo local. 

As alterações de locais de funcionamento da feira sempre foram promovidas pelo poder público. O argumento repetido foi de melhorar a estrutura e organização do espaço para melhor comercialização dos produtos e também acesso à feira.

(Foto: Reprodução/Lucas Xavier)

Vestuário

A parte do vestuário é um dos principais destaques da feira, considerada a maior ao ar livre da América Latina. São cerca de 5 mil permissionários, de acordo com números oficiais, mas isso pode variar, já que alguns comerciantes ficam no entorno da região do Setor Norte Ferroviário. 

Muitos visitantes vêm até mesmo de outros estados para comprar no atacado para revenda. O crescimento da Feira Hippie transformou boa parte do comércio e o setor hoteleiro próximo à região. 

Ruas inteiras de lojas de roupas se espalharam para perto da feira, como na Rua 44, obrigando o poder público a melhorar condições no local. Ruas comerciais importantes do Setor Norte Ferroviário passaram por mudanças estruturais para melhorar o trânsito na região.

Além disso, a Praça do Trabalhador está em reforma. A primeira parte foi reformada durante a restauração da antiga Estação Ferroviária, em 2019. A rede hoteleira, transporte rodoviário e setor alimentício se adaptaram às necessidades dos frequentadores da feira.

Serviço

A Feira Hippie de Goiânia é realizada às sextas, sábados e domingos, em um ponto histórico e turístico da cidade, a Praça do Trabalhador, ao lado do Terminal Rodoviário de Goiânia, próximo à antiga Estação Ferroviária de Goiânia. É considerada a maior feira ao ar livre do Brasil e da América Latina com aproximadamente 7 mil bancas.

(Foto: Reprodução/Lucas Xavier)

Goiânia 90 lugares

Goiânia faz 90 anos em 24 de outubro. Por isso, o Sistema Sagres de Comunicação, com apoio da Prefeitura de Goiânia elaborou um guia de 90 locais a serem conhecidos por você que é goianiense, que mora na capital ou que está de passagem por aqui. Esta é a campanha “Goiânia 90 Lugares”.

A produção inclui 90 reportagens em texto e fotos de lugares marcantes da cidade, 30 vídeos, um mapa e uma página especial. A campanha conta ainda com entrevistas especiais sobre a construção, estrutura e futuro da nossa capital.

As ações tem coordenação de Rubens Salomão, com pesquisa e textos de Samuel Straioto, Arthur Barcelos e Rubens Salomão. Imagens e edição de Lucas Xavier, além das reportagens em vídeo de Ananda Leonel, João Vitor Simões, Rubens Salomão e Wendell Pasqueto. A coordenação do digital é de Gabriel Hamon. Coordenação de projetos é de Laila Melo.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 04 – Educação de Qualidade; ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis

(Foto: Reprodução/Lucas Xavier)

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