Foto: Sagres On

Faltam sete jogos para o Vila Nova encerrar a Série B 2018. Na luta pelo acesso, o Tigrão se prepara para enfrentar o Juventude às 16h30 de sábado, no Serra Dourada, após bater o Boa Esporte por 2 x 0, no último final de semana. Em entrevista exclusiva à Sagres, o diretor de futebol Felipe Albuquerque mostrou confiança na chegada do clube alvirrubro à elite nacional.

“O grupo é bastante maduro, tanto na idade, quanto na parte emocional. Estávamos batendo muito nessa tecla, juntamente com o Henrique (psicólogo responsável do clube), trabalhando todas essas questões emocionais com os atletas. O Hemerson terminou a (última) preleção falando sobre isso, que seria necessário organização e equilíbrio emocional. Nos momentos de dificuldade, ficamos tristes, mas não entramos em depressão, e nos momentos de vitória ficamos felizes, mas não entramos em euforia. Essa sobriedade pode fazer diferença na reta final, que será muito díficil, terá percalços e dificuldades. O torcedor tem de entender isso, que são sete jogos para sermos eficientes para fazer a pontuação necessária para o acesso”. 

Na reta final do campeonato, alguns pontos podem fazer a diferença a favor do Tigrão, como explica o dirigente. “Eu vejo que algumas coisas vão pesar, sendo a principal delas o trabalho de longo prazo. O Vila Nova investiu nesse trabalho. Estou à frente do departamento de futebol há três temporadas, o Hemerson no comando técnico há dois anos, mantemos seis titulares de uma temporada para outra, qualificamos o elenco. Toda essa curva de aprendizado nossa é menor que a de outros clubes. Conseguimos manter também a equipe que está por trás, no background. Tem muita gente que faz o Vila acontecer, com uma equipe competente, desde o departamento médico, físico, fisiologia, que são pontos que podem ser diferenciais para nos colocar em definitivo no G-4 até a 38ª rodada”.

Elogios e evolução

Na última semana, em participação nos Debates Esportivos, da Rádio Sagres 730, o ex-presidente e conselheiro Wilson Balzacchi não poupou elogios à Albuquerque, revelando que o dirigente é muito bem visto no mercado do futebol brasileiro. 

“Wilson usou a expressão ‘player’ porque, realmente, hoje participo. Na última semana, conclui meu curso de gestão de futebol. Conheci e convivi com Jackson Folmann (Chapecoense), Marconi (Cruzeiro) e Ricardo (Paysandu). Esse trabalho de longo prazo também dá frutos para o Vila, já que as pessoas vêem constância. Em um passado não muito distante, o Vila teve muitas mudanças na presidência, na direção de futebol e no comando técnico. Essa linearidade (dos últimos anos) traz reconhecimento ao Vila Nova”.

O trabalho árduo realizado e o sucesso na parte administrativa reflete em campo, ajudando, inclusive, na contratação de atletas, destaca Felipe Albuqueque. O dirigente citou os retornos de atletas como Alan Mineiro e Wesley Matos, que tiveram bom desempenho no ano passado, além das chegadas de jogadores com outras propostas, como Naylhor, Moacir, Lucas Braga e Rafael Silva como exemplos. “Brigar pelo acesso por dois anos seguidos faz com que os jogadores queiram estar aqui. O Vila é um time correto economicamente e correto com as pessoas”.

Ao ser questionado sobre futuro, Felipe lembrou seu início de trajetória no clube colorado, agradecendo a confiança passada por outros dirigentes (e ex-dirigentes) colorados. Além disso, revelou que, apesar do foco ser na reta final da Série B, crê na sua sequência no Tigre na temporada 2019.

“O momento é de focar no Vila. Estamos a pouco mais de 40 dias de escrever uma história muito bonita no Vila Nova, então temos de ter muito foco, pensar jogo a jogo. Sou muito feliz aqui. Cresci como profissional, como ser humano e tenho muita gratidão pelo Vila Nova. Ao Geso, pela oportunidade que foi me dada no início, o Guto, que me trouxe de volta depois, o Ecival, que me procurou antes mesmo da eleição. Passamos momentos muito complicados (na atual temporada), como a eliminação para o Ferroviário, sete jogos sem vencer na Série B e o Ecival sempre acreditou no meu trabalho. Essa confiança me dá muita gratidão e me enxergo sim, com muito respeito e humildade, crescendo aqui”. 

Próximo passo? 

Questionado se gostaria de seguir os passos de Adson Batista, (que acumula, além da direção de futebol, o cargo de vice-presidente), que é candidato ao cargo máximo do Atlético Goianiense, Felipe negou, ressaltando que está feliz no cargo ocupado atualmente.

“Já ansiei isso (ser presidente), mas não mais. Fui me formando como profissional nessa função (diretor), gosto do que faço e me enxergo trabalhando com isso. Sai da esfera política para a área administrativa e do futebol, para estar próximo do campo e, por ter convivido muito de perto com os presidentes, sei o quanto é trabalhoso ser presidente de um clube do tamanho do Vila. Acredito que o Vila tem pessoas competentes para assumir esse cargo”.