A busca por uma energia limpa, renovável, não para. Reduzir custos e, principalmente, os impactos nocivos ao meio ambiente são as metas. Tais ações estão alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da ONU.

De olho na sustentabilidade das cidades, uma empresa criou uma nova turbina eólica, que possibilita a geração de energia renovável. A flor eólica, como também é conhecida, produz em frequência baixa, sem barulho. O modelo médio, que conta com três metros de extensão, é o mais procurado para instalação em residências e pequenos negócios, de acordo com a Flower Turbines, dona do projeto.

Fabricado com lâminas de fibra de vidro, o kit de turbina eólica conta com um gerador, uma bateria adicional, um controlador de carga e um inversor de rede. Pode ser instalado em qualquer local, principalmente em áreas urbanas.

Novidade

Mas o esse “novo” modelo, as flores eólicas, ainda sem exemplos de utilização aqui no Brasil, de fato é um bom negócio pra quem busca economizar com a utilização de energia renovável? A reportagem do Sistema Sagres de Comunicação conversou com Bruno Carmo, engenheiro mecânico, pesquisador e professor da FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Ele lembrou que esse modelo de turbina vertical já existe e é conhecida como Savonius.

“Do ponto de vista tecnológico, não tem novidade, não. Esse tipo de turbina vertical tem uma rotação baseada na força de arrasto, que acontece na direção do escoamento. Comparada com as turbinas de eixo horizontal, que são aquelas que a gente vê, para produção em grande escala, aquelas de três pás são mais eficientes. Essa é uma coisa meio repaginada, pra ter uma estética mais interessante e um apelo comercial. É pra tentar colocar uma cara de sustentabilidade na sua empresa ou na sua casa”, explicou Bruno.

Eficácia

Bruno Carmo, pesquisador da FAPESP

Como os três modelos de flores eólicas não são grandes, a potência produzida tende a ser baixa também. Nas áreas urbanas, onde os ventos não tem a velocidade adequada para uma produção sustentável de energia eólica, não seria uma boa saída.

“Devemos pensar que a potência que ela vai produzir é proporcional a área que ela ocupa. Você consegue uma grande produção de potência com as turbinas muito grandes. Dá pra ver que um dos modelos dessas flores eólicas tem uma dimensão de um metro de altura por um de largura, então para a área urbana, não vale a pena. Elas têm uma eficiência baixa, porque estão em locais em que o vento é muito ruim. As vezes a gente acha que na nossa casa venta muito, mas é um vento bem fraco comparado com aqueles que sopram para turbinas de grande porte”, detalhou o pesquisador, que

Painéis solares

O pesquisador Bruno Carmo, ainda ponderou que em um ambiente de ventos de cinco metros por segundo – como mostra a apresentação do produto – a potência produzida seria baixa. Considerando essa referência, a flor eólica geraria apenas 22 watts, o suficiente para energizar apenas para uma lâmpada. Dessa maneira, a utilização dos painéis solares ainda é a melhor opção para uma economia sustentável.

“A pessoas devem comparar se as flores eólicas rendem mais que os painéis solares. Esse tipo de solução é mais viável na maioria das regiões. A manutenção é mais simples, então do ponto de vista da solução para sua casa ou empresa, a flor eólica é menos eficaz”, concluiu.

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