Menor tempo e maior acessibilidade para alunos de todas idades e classes sociais. Os cursos técnicos são ótimas alternativas para quem não possui condições de realizar um curso superior. Contudo, podem servir ainda para uma maior capacitação e como forma de facilitar a entrada no mercado de trabalho.

A pesquisa Escassez de Talentos, da ManpowerGroup, mostra que profissionais de nível técnico são um dos mais procurados pelas empresas. Segundo o estudo, a escassez de mão de obra qualificada em algumas áreas gera uma demanda muito grande para o mercado e quem faz um curso técnico possui vantagens em relação a outros candidatos.

Além disso, dados divulgados pelo Senai revelam que a chance de inserção no mercado de trabalho por parte de pessoas com qualificação técnica é 50% maior. O salário de um profissional técnico também aumenta proporcionalmente em até 30% maior em comparação ao de outros empregados, de acordo com a qualificação.

Estrutura do Senac Cora Coralina, em Goiânia (Foto: Ananda Leonel)

O Senac Goiás oferece mais de 100 cursos técnicos em diversas áreas de atuação profissional, com preços acessíveis e programas de inclusão para maior adesão. A gestora de Educação da instituição, Luciana Carnielle, explica que os cursos servem como uma alternativa para pessoas presas no ciclo do desemprego e da informalidade. “Um ponto muito positivo dos cursos técnicos é, justamente, proporcionar pra essa pessoa que está na informalidade, ou até mesmo desempregada, um estudo, uma formação”.

“Nas aulas, os alunos adquirem conhecimento técnico científico, competências e habilidades para desempenhar uma ocupação no mundo do trabalho. Nos cursos, eles têm acesso a uma formação mais rápida, mas com uma qualidade também assegurada por esse ensino”, revela.

Luciana Carnielle, gestora de educação do Senac Goiás (Foto: Ananda Leonel)

Realização de sonhos

A Ana Vitória é um exemplo de realização pessoal e profissional. Aluna do curso técnico em Administração, a jovem de 17 anos sempre sonhou em se aprofundar na área para investir no negócio da família. Os pais possuem uma panificadora em Bonfinópolis, a 39 quilômetros de Goiânia, e Ana já bota a mão na massa.

“Meu sonho sempre foi fazer administração. A faculdade é um período muito longo e eu queria fazer alguma coisa pra eu já sair daqui e ir trabalhar com meus pais. Eles têm me apoiado bastante já que meu aprendizado está ajudando no negócio da família”, explica.

Ana também fala sobre seu futuro e conta que ainda quer se qualificar mais. “Eu ainda pretendo fazer o curso de gestão financeira comercial aqui no Senac também, depois que eu terminar. São dois anos e eu prezo por um período mais curto pra que eu possa estar colocando em prática mais rápido”.

Ana Vitória Nunes, estudante de 17 anos (Foto: Ananda Leonel)

Aumento de qualificação

Ionara é da mesma turma e é a única entre os alunos com curso superior. Ela é surda e é formada em Letras na Universidade Federal de Goiás. Ionara relata, com a ajuda da intérprete Ludmila, que o preconceito e as dificuldades são muitas, mas a decisão pela realização do curso técnico é para uma maior qualificação e para poder entrar no mercado com maior facilidade.

“Eu gostaria muito de trabalhar como professora, mas percebi que a área de administração também se mostrou muito interessante quando pesquisei mais. Acredito que pode me ajudar bastante na minha carreira e penso em atuar na área administrativa também”, explica.

Ludmila Martins, intérprete de Libras do Senac (à esquerda) e Ionara Ribeiro, estudante e formada em Libras pela UFG (à direita) (Foto: Ananda Leonel)

Aprendendo na prática

Influenciado por uma amiga, Rogério se matriculou no técnico em Administração no início do ano e tomou gosto pelas aulas práticas. A amiga saiu do curso, mas o aluno de 22 anos segue focado no seu futuro. Ele cursa Física na UFG e acredita na conciliação dos dois cursos.

“Na dinâmica das aulas, eles colocam o aluno pra realmente fazer, aprender na prática. Então acaba que a associação é direta com o conteúdo. Você faz a atividade e como subsequência aprende o conteúdo”, explica.

Ele ainda conta que os modelos de aulas e estrutura se assemelham a de uma faculdade, mas o atrativo central é a duração. “Não chega a ser uma diferença tão grande. A estrutura e as dinâmicas da disciplina são bem similares à de uma faculdade. Provavelmente o aprofundamento não vai ser igual, porque o curso técnico tem um ano e a faculdade de Administração quatro, contudo acho muito completo”.

Rogério de Souza, 22 anos, estudante de Administração, no Senac, e Física, na UFG (Foto: Ananda Leonel)

Arena Repense

Esta reportagem integra a segunda temporada da série Repense desenvolvida pelo Sistema Sagres de Comunicação com o apoio da Renapsi e da  Fundação Pró Cerrado

Ao longo de 48 episódios abordamos temas relativos aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) da Organização das Nações Unidas ONU. Nesta reportagem a temática inclui o ODS: 04 – Educação de Qualidade.

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