O sétimo episódio da série de entrevistas Forma do Bem desta sexta-feira (8) chama a atenção para a seguinte reflexão: a transcendência da competição paralímpica. A psicóloga Karen Cristina avalia por que a sociedade usa a imagem de superação e de herói para atletas paralímpicos quando estes estão apenas a competir. Assista à entrevista na íntegra a seguir

“Como se isso fosse motivar alguém, mas na verdade acaba inferiorizando e diminuindo aquela conquista como se fosse algo anormal, sendo que todos podem chegar lá”, argumenta.

Um dado que reforça essa análise é um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dados de 2019 mostram que pelo menos 45 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência, quase 25% da população do país.

A psicóloga Karen Cristina no STM #371 (Foto: Sagres TV)

Para a psicóloga, o incentivo à prática esportiva de pessoas com deficiência devem começar desde cedo, na infância.

“É fazer do esporte paralímpico algo que seja acessível a todas as pessoas. O que a gente faz quando as crianças estão na fase escolar e têm alguma deficiência? A gente inclui ou exclui?”, questiona.

Karen Cristina argumenta que alguns esportes paralímpicos como vôlei sentado, bocha, golbol [goalball] e futebol de 5 não são praticados nos jogos olímpicos, e que fatores como este devem ser valorizados.

“Apresentar para a sociedade que isso existe e é muito praticado, que tem pessoas que praticam pelo Brasil inteiro. Tornar isso comum, porque afinal de contas é algo comum, só não tem a mesma visibilidade”, afirma.